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A. Vicente abre Jornadas Portuárias da Enapor e afirma que, se a empresa falir, a economia de Cabo Verde seguirá o mesmo rumo

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O ministro do Mar afirmou esta manhã que, se a Enapor falir, a economia de Cabo Verde entra também em colapso, para ilustrar a importância da empresa de administração portuária para a sustentabilidade nacional. Abraão fez esta afirmação na abertura da 5. edição das Jornadas Portuárias da Enapor, que acontecem na cidade da Praia sob o signo da digitalização e sustentabilidade ambiental.

No seu discurso, o governante enalteceu a proeza alcançada pela empresa de crescer 11% em 2022, após um período de recessão marcado pelos efeitos da pandemia e que afectaram profundamente o sector marítimo-portuário. Os dados da empresa, acrescentou, apontam para o aumento do movimento de mercadorias e de passageiros no ano passado e a taxa de crescimento alcançada não pode ser subestimada.

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Abraão Vicente reconheceu, entretanto, o contributo que os diversos operadores têm dado ao sector do mar ao longo de décadas e que, diz, acabaram por contribuir para a visão hoje instalada na gestão da Enapor, uma empresa que “transforma, contagia e tem contribuído para projectos sociais e a robustez do tecido empresarial cabo-verdiano”.

Uma das apostas sublinhadas pelo ministro é a digitalização das operações portuárias, procedimento que acaba por facilitar e desburocratizar a prestação de serviços complexos. “O governo apostou em dois parques tecnológicos, na Praia e no Mindelo, e a Enapor pode ser o terceiro parque de Cabo Verde”, considerou o responsável pela tutela do sector marítimo-portuário, para quem quem a empresa é um “hub em construção”, uma estrutura que, nas suas palavras, pode mudar o modo como se vê o perfil do trabalhador cabo-verdiano.

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Abraão Vicente frisou ainda que a empresa tem um plano de investimento de 125 milhões de euros para o melhoramento dos seus serviços e a extensão do Porto Grande e do Porto Novo. A obra nesta segunda infraestrutura visa permitir a atracação de cruzeiros de maior porte. Os investimentos contemplam também melhorias no porto de pesca do Porto da Praia.

“Há ainda um outro pacote financiado pelo Governo através do Banco Mundial para a construção de terminais de passageiros e a melhoria das infraestruturas de S. Vicente, S. Nicolau, Boa Vista e Fogo, para que os passageiros usufruam de mais conforto nas viagens e tenham boas experiências”, acrescenta A. Vicente, que fez referência ainda à criação em breve de um corredor regional, a ser discutido no final deste mês, que vai ligar Praia-Dacar-Abidjan.

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Portos digitais e ambientalmene sustentáveis

Segundo o PCA da Enapor, vários slogans suportatam as Jornadas Pouárias desde a sua estreia em 2017 e agora chegou a vez de discutirem sob o lema “Portos Digitais e Ambientalmente Sustentáveis”. “E porque vivemos agora uma nova realidade, com novos paradigmas que marcarão uma nova época, hoje estamos aqui reunidos para dar mais um passo importante na consolidação dos nossos objetivos, dedicando esta edição à discusão das melhores práticas digitais e ambientalmente sustentáveis para os nossos portos. Quanto sejam a análise da Política Ambiental e Social nos Portos de Cabo Verde e as ações para a transformação dos Portos Nacionais em um conceito de Smart Ports”, disse Irineu Camacho. A seu ver, mais do que a troca de experiências e debate de ideias, as jornadas são um espaço que pemitem o contacto pessoal e a dinamização dos relacionamentos interpessais, que não são muito fluentes devido a dispersão do país por ilhas.

Irineu Camacho acredita que os objectivos alcançados com esses encontros têm contribuido para o desenvlvimento da Enapor, que, salienta, conseguiu registar resultados muito positivos em 2022 a nivel financeiro, comercial e operacional. Os resultados provisórios, diz, apontam para um crescimento de 11% em termos operacionais e de 59% em termos liquidos, em relação a 2021. Todos os segmentos do tráfego portuário, diz, registaram aumentos: o movimento de navios cresceu 12,9%, o tráfego de passageiros teve um salto de 24,7%, o de mercadorias atingiu 24,7 por cento. No entanto, a actividade que mais cresceu foi o movimento de navios cruzeiros, que foi de 350 por cento.

“Isto é fruto do reforço da cooperação entre os nossos portos e dos investimentos, que pemitiram aumentar a eficácia dos servicos em toda a cadeia de logística”, realça Camacho, lembrando que a Enapor comemorou os 40 anos de existência e que tem exercido um peso “enorme” no desenvolvimento da economia nacional. A empresa conta manter a tendência positiva dos divesos serviços em 2023.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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