À volta de 50 alunos e professores das cinco escolas de artes marciais de S. Vicente participaram ontem num estágio conduzido pelo mestre japonês Kenichiro Abe, 72 anos, e que contou ainda com o reforço de Luís Fortes, ex-lutador profissional, Jordan Neves, atleta residente em Luxemburgo, e o sensei Pirass, 5° Dan. A formação intensiva, que decorreu nos períodos da manhã e tarde, envolveu karatecas de Wado-Ryu e Shotokan com graduações diferentes, que tiveram a possibilidade de aprofundar os seus conhecimentos sobre as técnicas de base viradas para o combate.
Neste estágio, o shihan Abê, considerado o pai do Karaté cabo-verdiano, resgatou a forma de trabalho que adoptou com a primeira e segunda geração de karatecas em S. Vicente e que, diz orgulhosamente, aprenderam tão bem os fundamentos que se tornaram nos principais veículos de divulgação das artes marciais na ilha de S. Vicente e em Cabo Verde. “Sinto um grande orgulho quando vejo o trabalho que conseguiram desenvolver. Eles aprenderam e souberam também ensinar. Estou satisfeito com o desenvolvimento das artes marciais em S. Vicente”, comenta Abê, 7° Dan, e que se mostra disponível para continuar a colaborar com as escolas Como diz, ficou um bom tempo afastado, mas agora está de volta.
“Quando cheguei a S. Vicente não pretendia ensinar o Karaté. Alguém um dia viu-me a treinar e foi pedir-me para passar a dar aulas, e foi assim. Tive que treinar muito mais para poder passar os meus conhecimentos e isso permitiu-me crescer. Hoje guardo boas recordações desse tempo”, revela o mestre japonês especializado no estilo Wado-Ryu, que promete continuar a praticar o Karaté até o fim da vida.
O estágio, que decorreu no polidesportivo de Monte Sossego, foi organizado pela AKSV, que pretende continuar com esse tipo de actividade com o mestre Abê e outros professores, agora dentro das escolas. Todos os participantes receberam os competentes diplomas.
KzB
