A região desportiva de S. Vicente vai passar a contar com uma pista de atletismo de tartan, equipamento instalado à volta do relvado do estádio municipal Adérito Sena e que deve ser inaugurado amanhã, domingo, pelo Instituto do Desporto e Juventude e a autarquia mindelense. Arlindo Fonseca, uma das vozes que mais batalhou para a instalação desse piso na cidade do Mindelo, confessou ao Mindelinsite que ficou extremamente emocionado com a notícia. “Fiquei emocionado porque adoro o atletismo, é uma luta antiga e sei que S. Vicente vai sair a ganhar”, explica, em entrevista a este diário digital.
Segundo o presidente da Associação de Atletismo de S. Vicente, há muito que a ilha vinha gritando a cada oportunidade para ganhar uma pista de tartan. Argumenta que, na era actual, onde falta um piso dessa natureza não se pode falar verdadeiramente de atletismo. Enfatiza, aliás, as dificuldades que os corredores mindelenses têm vindo a enfrentar nas provas nacionais, que passaram a ser realizadas nas ilhas com esse tipo de equipamento desportivo, nomeadamente em Santiago e no Sal. Agora, diz, já não precisa ir mostrar aos atletas mindelenses, por exemplo, os pontos para entrega de testemunho nas corridas de estafeta.
“Daqui para frente os nossos atletas vão certamente evoluir porque já podemos fazer treinos técnicos mais específicos. Não prometo que venhamos a mostrar resultados já este ano, mas de certeza que teremos uma postura mais competitiva a partir da próxima época”, prognostica Fonseca, para quem S. Vicente já poderá receber provas, nomeadamente torneios com a participação de corredores das ilhas de Santo Antão e S. Nicolau. Por outro lado, diz, a pista vai impulsionar o surgimento de novas escolas de formação em S. Vicente e atrair mais praticantes da modalidade.
A mesma visão tem Ary Dimas, mentor da Escola de Atletismo Dimaz, ele que também tem apelado à instalação de uma pista do género em S. Vicente. Confessa que, para ele, é a realização de um sonho antigo. “Sempre tive essa visão de uma pista de tartan em S. Vicente. É um equipamento que nos deixava muita falta e certamente que vai impulsionar a modalidade, com o surgimento de novas escolinhas, uma maior adesão de praticantes e vai também servir para a preparação física dos nossos policiais, forças armadas, bombeiros…”, perspectiva este dirigente desportivo.

Ary Dimas está seguro que a pista irá servir para a disputa de provas nacionais por dispor de 6 faixas. Salienta, entretanto, que esse equipamento vai exigir novos investimentos, nomeadamente no tipo de sapatilhas. Esclarece que os sapatos mais adequados são os com pitões, mas adverte, por outro lado, que se forem usados com muita frequência podem provocar lesões nas articulações. Deste modo, diz, os atletas devem continuar a usar os ténis normais e utilizar os destinados às provas nos períodos mais próximos das competições.
Ary Dimas também perspectiva melhorias substanciais na qualidade dos atletas mindelenses agora que vão passar a dispor de uma pista apropriada para os treinos e competições. Tal como Arlindo Fonseca, salienta que o alcatrão não é o piso adequado para a evolução técnica dos atletas.