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Atlético conquista o tri-campeonato de andebol sénior feminino de São Vicente

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O Atletico Clube do Mindelo venceu o Amarante no término do segundo prolongamento e conquistou o tri-campeonato sénior feminino de andebol em São Vicente, ensombrado este ano pela ausência do campeonato nacional. O resultado final (31×30) mostra o grande equilíbrio desta partida, que fechou a época desportiva da modalidade na ilha do Porto Grande. 

Foi um jogo digno de uma grande final do campeonato regional de andebol. Uma partida equilibrada do principio até o final. Teimosamente mantinha-se o empate mesmo após o primeiro prolongamento. Foi no segundo prolongamento que se apurou o campeão, pela diferença mínima de 1 golo, no melhor de quatro jogos, com o Atletico a somar três vitórias, contra uma do Amarante.  

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Terminamos o jogo e o primeiro prolongamento empatados. Foi um jogo muito bem disputado entre o Atlético e o Amarante. Qualquer uma das duas equipas poderia ter vencido o jogo. Fomos mais felizes no final e siamos vencedores, coroando o nosso tri-campeonato”, declarou o treinador Aquilo Fortes. 

Ao longo da partida, as vantagens do Atlético ou do Amarante foram sempre curtas, de um ou dois golos no máximo, excepto na primeira parte em que as “amarantinas” conseguiram impor quatro golos de diferença. Depois o ACM assentou o seu jogo, voltou a equilibrar as contas e, no final venceu. 

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Questionado se a conquista deste tri-campeonato tem um sabor amargo, tendo em conta que São Vicente ficou de fora do nacional, Aquilino Fortes limita-se a dizer que Atlético fez o seu trabalho. “Os nossos atletas trabalham sempre para conquistar a prova regional e representar a ilha no nacional. Infelizmente, as condições oferecidas este ano não nos agradaram e entendemos que não devíamos participar. Estamos conscientes da nossa decisão”, sublinha

O treinador congratula, no entanto, com o facto das equipas de São Vicente terem fechado a época e faz um balanço muito positivo. “Fizemos uma época que dignificou o nosso andebol. Fomos capazes de praticar um bom andebol, diferente do que aconteceu em outras ilhas em que jogaram um campeonato em apenas 15 dias, com o único objectivo de participar no nacional”, desabafou Aquilino, para quem este não é o objectivo que se pretende para a modalidade. 

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Acredito que o propósito é, antes de tudo, realizar um campeonato com algum equilíbrio e durabilidade para poder dar aos atletas jogos nas pernas. Não faz sentido disputar com campeonato às pressas apenas para estar no nacional. Não foi uma decisão da direção do Atletico e nem da Associação ficar de fora da prova máximo do andebol. Foi uma decisão em conjunto com os atletas.”

A partir de então, o objectivo do ACM passou a ser unicamente a conquista do campeonato regional, que foi disputado pelos atletas com orgulho, esforço e a mesma dedicação, caso tivessem de participar no nacional. Mesmo assim, admite, ficaram tristes porque estava em causa um dos objectivos do clube. 

Sobre o regional, Aquilino lamenta a presença de apenas três equipas – Atlético, Académica e Amarante -, e algumas com carências de atletas o que dificulta uma melhor organização. “Infelizmente não temos tido competição a nível dos escalões de formação para permitir descobrir novos atletas. No ano passado foram realizados apenas dois ou três jogos no final do ano lectivo e, este ano, idem. É insuficiente para descobrir novos atletas. Se não investirmos na formação, fica difícil termos mais equipas. Importa dizer ainda que os atletas no activo, por razoes familiares, profissionais ou por causa da idade, começam a abandonar a modalidade. E não temos substitutos à vista”, desabafou. 

Para este coach, esta carência de atletas só será ultrapassada se for feito um trabalho de base, que poderá dar resultado no período de dois ou três anos, com um surgimento de novos atletas. “Este é um apelo que faço à Associação e a Federação Cabo-verdiana de Andebol para, dentro do possível, realizarem campeonatos nos escalões de formação, com o mínimo de 10 ou 12 jogos, para dar aos atletas tempo para aperfeiçoar, motivar e jogar”, arremata. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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