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Desporto

ACM preocupado com falta de patrocínio para o campeonato africano de andebol

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O Atlético Clube do Mindelo ainda não conseguiu garantir os patrocínios suficientes para participar no campeonato de clubes campeões africanos de andebol, prova que acontece este ano pela primeira vez em Cabo Verde, mais precisamente na cidade da Praia, de 4 a 13 de Outubro. Com as equipas masculina e feminina apuradas, o clube precisa arcar com uma série de despesas, que ultrapassam os dois mil contos. Até o momento, segundo o técnico Aquilino Fortes, o ACM tem assegurado apenas a comparticipação da Direcção-Geral Desportos, que, por sinal, foi diminuída este ano para metade do valor normalmente disponibilizado por esta entidade para essa competição.

Mesmo com a ajuda da DGD, orçada em 900 contos para as duas equipas, o Atlético do Mindelo terá, no entanto, de angariar mais de 1500 contos. “Até hoje não temos nada garantido, apesar de termos enviado cartas a várias empresas e à Câmara de S. Vicente, acompanhadas de facturas proforma. Continuamos a fazer contactos, inclusivo com a ajuda da Associação de Andebol do Sal e de amigos residentes na cidade da Praia. Estamos a fazer um grande esforço porque seria triste e inadmissível Cabo Verde acolher a prova e não estar representado”, comenta Aquilino Fortes.

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A caravana do ACM é composta por 42 elementos, entre jogadores e equipa técnica. O maior custo é com a passagem aérea, mas ainda o clube terá que assumir as despesas com o alojamento, alimentação, transporte terrestre, inscrição, caução e um fisioterapeuta. Segundo esse técnico e dirigente, a DGD mostrou-se disponível a hospedar o Atlético no Estádio Nacional e a comparticipar no transporte terrestre. A acontecer, diz Aquilino Fortes, seria uma ajuda substancial, mas este ainda não sabe até onde a Direcção-Geral dos Desportos está disposta a ir. Isto porque a caravana teria que ter dois autocarros à disposição para se deslocar à cidade da Praia para os treinos e jogos.

“Gostaríamos de conseguir um grande patrocinador e contar com uma forte parceria da Câmara de S. Vicente. Fomos recebidos pelo presidente da CMSV quando ganhamos o nacional, mas estamos meio reticentes porque foi-nos prometido uma ajuda para o nacional de andebol feminino no Sal e até hoje nada recebemos. Mas já metemos o nosso pedido de patrocínio para o campeonato africano, pelo que nos resta aguardar”, diz Aquilino Fortes.

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A pouco mais de um mês da prova, o Atlético do Mindelo está focado nos treinos, disposto a representar Cabo Verde com a máxima dignidade. Esta é a estreia do clube nessa montra do andebol africano, mas os atletas estão motivados, conforme o técnico. Passado o período de descanso, depois da conquista do título nacional pela formação masculina, os atletas iniciaram um programa diário de treinos no polidesportivo de Monte Sossego.

Segundo Fortes, apenas um jogador da equipa masculina e outra da formação feminina estão lesionados, o que lamenta. No entanto, já está em contacto com alguns atletas que irão reforçar as duas equipas. “É permitido o uso de jogadores de outras equipas no torneio, queremos usar dois ou três masculinos e três ou quatro na equipa feminina. Para nós seria injusto um jogador trabalhar durante um campeonato e depois ver o seu lugar ocupado por um atleta de outra equipa. Por isso estamos a ponderar este aspecto, em particular na equipa masculina”, salienta Fortes, que se mostra ainda preocupado com a possibilidade de jogadores “estranhos” virem apropriar-se das jogadas e dos princípios de ataque e defesa usados pelo Atlético.

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“Os atletas que vierem terão que se integrar no grupo. Precisamos reforçar fundamentalmente a equipa feminina, mas, se optarmos por jogadoras que estão fora da ilha, fica-nos difícil porque teriam que vir a S. Vicente, o que iria acarretar mais um custo”, analisa este treinador, que tem estado a recolher informações sobre as equipas dos outros países africanos que estarão no torneio. Mas ainda são bastante escassas.

Aliás, ainda a Confederação Africana de Andebol não enviou à FCA a lista das equipas inscritas. Entretanto, segundo Nelson Martins, presidente da FCA, a CAHB pondera alargar o prazo em dois ou três dias para dar mais tempo a algumas equipas que estão ainda a participar em outras competições em África.

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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2 Comentários

  1. 1) As equipas do pais nao devem ser tratadas em pé de igualdade???
    É que sabe-se bem que se fosse uma equipa da Praia, ela nao teria custos com transortes
    Mas se for de qualquer outra ilha, tem esses custos.
    Para permitir a igualdade entre os desportistas nacionais, o governo tinha obrigacao natural e ėtica de arcar com a totalidade destes custos de transportes.
    Que nao me digam que nao se lembraram atempadamente de pensar nisso.
    Lembram-se sim mas, preferiram fingir que nao se lembraram.
    Que pais ė este que nao pára de bater recordes de insultos e desrespeito descarado para com as outras ilhas que nao sao capital!!!!

    2) O treinador do Atletico coloca a hipotese de incluir jogadores de outra ilha no plantel?
    Gravissimo!!!
    Gravissimo!!!

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