Pub.
Pub.
CulturaH1

Jailson Juff: “Quem quiser destronar o Cruzeiros do Norte vai ter de batalhar e muito”

Tinha 28 anos quando se lançou na aventura de resgatar o Cruzeiros do Norte e desfilar no concurso oficial de 2008. Para muita gente isso era puro delírio, até porque o grupo já tinha 22 anos sem entrar na arena. Insistente, Jailson Juff foi apoiado por um punhado de amigos, entre os quais o pessoal dos estaleiros e o artista plástico Nóia. O sonho foi realizado e o grupo de Cruz conquistou nesse ano os prémios de rei, rainha e música. O delírio deu lugar à euforia. “Lembro-me de ver muita gente a chorar de emoção na Rua de Lisboa no dia da entrega dos prémios”, conta Juff. Lancada a cruzada, o Cruzeiros conquistou três desfiles consecutivos, antes de entrar numa profunda crise em 2014. Apesar dos solavancos e sua vontade em entregar o comando, Juff conseguiu aguentar o barco e ultrapassar o cabo das tormentas. Hoje, Cruzeiros do Norte ostenta o ceptro de campeão, que não pensa largar tão cedo. Jailson Juff adverte que quem quiser destronar o grupo este ano vai ter de batalhar e muito.

Por Kimze Brito

Publicidade

Mindel Insite – Quem conhece o Juff d’Cruz acaba sempre por ligar a tua pessoa ao Carnaval, nomeadamente ao grupo Cruzeiros do Norte, mas a verdade é que, enquanto activista social, tem uma passagem marcante pelo desporto.

Jailson Juff – Exacto, na verdade a minha primeira paixão foi o futebol, depois é que mergulhei no mundo do Carnaval, que acabou por se tornar na minha principal actividade, apesar de nunca ter esquecido a parte desportiva.

Publicidade

MI – Lembra-se de quando despertou esse clique pelo Carnaval?

JJ – Nasci na zona de Dji d’Sal e fui morar em Cruz João Évora aos 7 anos de idade. Quando ainda vivia em Dji d’Sal, o grupo Vindos do Oriente já costumava construir os andores nos estaleiros de Wilson. Isso despertava a minha curiosidade e dava sempre um jeito de ir espreitar. Já em Cruz, com a idade de 28 anos, reparei que muita gente da zona estava ligada aos diversos grupos carnavalescos. E tive a ideia de fazer um grupo em Cruz, melhor dizendo, resgatar o Cruzeiros do Norte. Deste modo tomei a iniciativa de conversar com o artista plástico Noia, que aceitou o desafio. Fui logo abordar outras pessoas, mas não encontrei a mesma abertura. Na verdade muita gente não acreditou que isso fosse possível devido as dificuldades próprias da organização de um grupo carnavalesco. Felizmente que encontrei o apoio do pessoal que costumava trabalhar nos estaleiros dos outros grupos. 

Publicidade

MI – Esse era um suporte fundamental para o teu projecto?

JJ – Isso deu-me força porque era importante envolver essa parte. Nessa altura eu já tinha alguma capacidade de mobilização pelo facto de ser o presidente do grupo Good Boys. Costumávamos fazer torneios desportivos e concursos de beleza, mas faltava esse lado cultural. Batalhamos até que conseguimos erguer o Cruzeiros do Norte pela segunda vez. Devemos lembrar-nos que grupo foi fundado por Dona Irene, que já faleceu. O Cruzeiros tinha naquela altura 22 anos sem desfilar. 

MI Como foi a organização do primeiro desfile?

JJ – Foi algo muito desafiante. Saímos em 2008 com um enredo relacionado com as energias renováveis e foi uma entrada com o pé direito. Ganhamos alguns prémios importantes – entre quais os de Rei, Rainha  e Música – e lembro-me de ver muita gente da zona a chorar de emoção. Muitos não acreditaram nesse sonho, até esse momento. 

MI – Era uma nova experiência, como fizeram para ultrapassar as dificuldades?

JJ – A primeira barreira era a parte financeira, mas conseguimos ultrapassa-la porque tínhamos connosco um artista talentoso e experiente. Noia mostrava-me os caminhos que devia percorrer e conseguir levar o grupo adiante. Entretanto passei a travar uma forte amizade com o Djô Borja, presidente do grupo Maravilhas do Espaço e outro veterano do nosso Carnaval, que me deu muitas dicas. Fui aprendendo e fomos avançando.

MI – Quais foram os vossos concorrentes no desfile de 2008?

JJ – Éramos apenas dois grupos – Cruzeiros e Flores do Mindelo – porque o Carnaval estava a deslizar num plano inclinado. Foi muito difícil convencer o vereador da Cultura na altura que éramos capazes de concretizar o projecto. Eu tinha 28 anos e acabei por me tornar no presidente mais jovem de um grupo carnavalesco. Acontece que estavam muito desconfiados na Câmara de S. Vicente porque houve grupos que receberam financiamentos e não saíram. Quando viram a qualidade do trabalho do Cruzeiros passei a granjear um grande respeito na Câmara. Por outro lado, o pessoal de Cruz passou a acreditar e a apoiar o grupo com mais força.

MI – Como vê o percurso do Cruzeiros nestes 12 anos?

JJ – Posso dizer que temos vindo a evoluir, mas sem esquecer os momentos de crise enfrentados. Demos uma queda perigosa em 2014, conseguimos colocar-nos de pé, mas foi uma luta titânica.

MI – Por essa altura o Cruzeiros revelava uma certa desorganização ou incapacidade para colocar o carro de novo na estrada. O que se passou?

JJ – Passamos por um período de glória, em que fomos campeões 3 anos consecutivos, graças a grande colaboração de Nóia, que para mim é ainda o melhor artista do nosso Carnaval. Não está connosco este ano, mas continua a ser para mim o melhor. Acontece que nessa época perdemos o Nóia para o mesmo grupo deste ano, o Vindos do Oriente. Isso deixou-nos sem Norte e tivemos de recorrer a pessoas inexperientes. Além disso a dona Maria José, nosso braço-direito, estava em Portugal e, para piorar as coisas, houve empresas que nos prometeram patrocínios e resolveram desistir. Enfim, foram muitas coisas acumuladas.

MI – Houve um ano em que o gerador incendiou-se logo na primeira volta e justamente em frente ao palanque da Rua de Lisboa; no ano seguinte o grupo saiu mesmo em cima da hora devido a problemas de negociação com o maestro Mick Lima.

JJ – É verdade, tudo isso era reflexo dos problemas financeiros que estávamos a enfrentar. Somos de um bairro pobre, não temos grandes apoios financeiros e não tínhamos condições para alugar um bom gerador. Em relação ao Mick, acontece que ele resolveu aumentar o valor do aluguer dos instrumentos praticamente na véspera do desfile e ele exigiu o dinheiro de imediato. 

“O Carnaval é a minha droga”

MI – Em algum momento pensou abandonar a direcção do Cruzeiros devido a essa fase atribulada?

JJ – Claro e até ainda hoje penso em largar porque continuamos a enfrentar grandes problemas. Mas, como costumo dizer, a minha droga é o Carnaval. Não consigo largar apesar de todas as dificuldades. Já cheguei a colocar o cargo à disposição. O rumo que o Carnaval está a tomar obriga o Cruzeiros a ter alguém com o meu coração, mas com boa capacidade de mobilizar recursos. Se eu estivesse a trabalhar com esta equipa, mas sem problemas financeiros, faríamos coisas incríveis. 

MI – Como é que esta dedicação influencia a tua vida particular, familiar e financeira?

JJ (Risos) Esta parte é bastante complicada. O Carnaval está a tomar mais tempo da minha vida a cada ano. Dedico-me ao Carnaval o ano inteiro. Penso mais nessa festa do que na minha vida pessoal. É a minha vida. Sofro bastante, penso em sair, mas não consigo. Mas, se não melhorarmos as condições, não me vejo mais três anos na direcção do Cruzeiros. Hoje tenho 41 anos, já não tenho os 28 anos, e começo a cansar-me. 

MI – Qual a tua actividade profissional?

JJ – Sou soldador-montador de profissão. Faço trabalhos particulares e as vezes para a Camara de S. Vicente. E faço quase tudo no grupo e nos estaleiros, como pintura, ferragem… Hoje já tenho a minha visão artística que me permite ver se as coisas estão a ser bem feitas e corrigir erros.

Alvo a abater

MI – O Cruzeiros do Norte é um dos responsáveis pelo patamar que o Carnaval de São Vicente atingiu. Estará a pagar por algo que fez?

JJ – É a ironia das coisas. Ajudamos a aumentar o nível do nosso Carnaval, temos orgulho nisso, mas agora temos de arcar com as consequências. É certo que estamos a trabalhar para nos adaptarmos à nova realidade. Hoje, quem quiser vencer o Cruzeiros tem de batalhar e muito. É preciso investir forte porque temos muita criatividade e conseguimos dar a volta aos entraves. E este ano acredito que vamos ter um carnaval de elevadíssimo nível e o grupo que vencer vai ter de estar irrepreensível.

MI – Sente que o Cruzeiros vai reconquistar o título?

JJ – Esse é o nosso objectivo, mas não podemos afirmar com certeza porque o Carnaval tem várias incógnitas, como acontece numa competição desportiva. Todas as equipas treinam para ganhar, mas nunca sabem como as adversárias vão agir. Este ano estamos a corrigir erros para ficarmos mais fortes. Mas pode acontecer que outros grupos apresentem um trabalho ainda melhor.

MI – Enquanto campeão, o Cruzeiros é o alvo a abater. Terá à perna os sempre candidatos ao título Monte Sossego e Vindos do Oriente, mais o Estrela do Mar, que promete jogar para ganhar. Isso acaba por criar mais sabor e motivação para o Cruzeiros?

JJ – Temos a consciência da capacidade dos nossos principais concorrentes e isto nos motiva a trabalhar mais e melhor. 

MI – Esta competitividade entre o trio Montsu, Cruzeiros e Vindos será um dos factores que tem estado a impulsionar a qualidade do Carnaval de S. Vicente?

JJ – Sem dúvida, esta concorrência tem funcionado como alavanca, o que é muito bom. E agora temos de contar com o Estrela do Mar porque acredito que vai trabalhar para acompanhar a evolução.

Aprender com o Brasil

MI – O Carnaval de S. Vicente está também a ser marcado pela parceria entre a CMSV e o artista brasileiro Dudu Nobre. Há quem critique e quem apoie esta parceria, mas quero saber a tua opinião sobre essa iniciativa.

JJ – Para mim foi das melhores coisas que aconteceram no Carnaval de S. Vicente nestes últimos anos. O Cruzeiros tem estado a desenvolver-se graças a essa parceria. Aprendemos muita coisa nos workshops ministrados em S. Vicente pelos artistas brasileiros e nas deslocações ao Brasil. E temos estado a aplicar esses conhecimentos. Se tivéssemos condições financeiras faríamos ainda mais.

MI – A que conhecimentos se refere?

JJ – A começar pela organização do grupo, o Cruzeiros hoje trabalha de forma mais eficiente graças a informações que assimilamos dos workshops dados por especialistas brasileiros. Não podemos ignorar que o Brasil tem o maior Carnaval do mundo e temos muita coisa a aprender se queremos evoluir em qualidade e baixar os custos de produção dos desfiles. Hoje aplicamos técnicas de construção de andores melhores e mais baratos. O nosso grupo tem outra harmonia e uma noção mais clara de como deve evoluir no asfalto. Por outro lado, os nossos bailarinos, musas e passistas melhoraram bastante as suas técnicas de dança. Passaram também a ver o grupo de forma diferente e demonstram uma outra dedicação e seriedade. Hoje não participamos nos eventos de qualquer forma. O meu sonho é que um dia venhamos a ser profissionais do Carnaval como acontece no brasil.

MI – Acha que o projecto Carnaval do Verão tem contribuído para a evolução desta manifestação cultural em S. Vicente? 

JJ – Foi uma boa aposta da CMSV. Antes, era preciso esperar um ano para um novo desfile. Hoje há um pequeno desfile intermédio em Agosto, além de ser cartaz turístico para os emigrantes. A única crítica que faço tem a ver com a música escolhida para o desfile. A meu ver temos de usar a nossa música e penso que é esse pormenor que tem estado a desagradar o público. Se tocamos a nossa música no desfile oficial devia acontecer a mesma coisa no Carnaval do Verão. Se repararmos bem, os foliões ficam um bocado frios porque não sentem aquela vibração da nossa batucada. Corrigindo este aspecto tudo fica lindamente. 

MI – Há pessoas preocupadas com a influência que o projecto possa ter na conservação da identidade do nosso Carnaval. Acha que esse risco é real?

JJ – Nada disso. Repare que o próprio Dudu Nobre tem estado a realçar que nunca devemos mudar a nossa essência. Podemos obter conhecimentos, mas adapta-los à nossa realidade.

MI – Em todo esse processo, acha que só nós é que estamos a receber ensinamentos ou é algo recíproco?

JJ – Recebemos e damos. Os brasileiros têm estado a enriquecer as suas ideias a partir do nosso Carnaval. Um exemplo concreto foi a coreografia de uma Comissão de Frente inspirada nos mandingas e que deu um grande espectaculo no Rio de Janeiro. 

“A Ligoc precisa dar mais foco aos grupos”

MI – Como é que o Cruzeiros do Norte vê o trabalho desenvolvido pela Ligoc?

JJ – A Liga começou bem, mas estamos num ponto em que precisa dar um foco maior aos grupos. A direção está mais preocupada com a organização do desfile enquanto os grupos continuam a enfrentar os mesmos problemas, em particular os mais fracos financeiramente, como Flores do Mindelo, Cruzeiros e Estrela. Não ouço os outros grupos a reclamar das dificuldades financeiras nas reuniões. Passam até a impressão que, se a Camara entregar o apoio mais tarde, não os afecta em nada. Por isso acho que a Ligoc deve passar a acompanhar os problemas reais dos grupos e ver como se trabalha nos estaleiros. Todos querem colocar o Carnaval no topo, mas isso não vai ser possível se não melhorarmos as condições nos estaleiros.

MI – E por falar nos estaleiros, a situação do Cruzeiros pode piorar a partir do próximo ano.

JJ – Exacto, o Cruzeiros vai deixar de usar o actual estaleiro, que vai dar lugar a um hotel. Para onde vamos? É chegado o momento de se construir um estaleiro de raiz para servir todos os grupos.

MI – No ano passado houve uma polémica sobre a saída de 5 grupos por causa da logística. Ironicamente é o que vai acontecer este ano. Para si isto é positivo ou acha que pode criar problemas na organização do desfile?

JJ – Estou certo que vai criar um problema logístico, mas só depois de acontecer é que as pessoas vão tomar consciência disso. Hoje quase todos os grupos falam em 800, 1000 e até 1500 foliões e tenho receio que isso venha a criar um caos. Veja, por exemplo, o tamanho do Monte Sossego, o maior grupo do carnaval. O espaço que vai ocupar e o tempo que precisa para percorrer o trajecto.

MI – Hoje em dia os grupos nem completam uma volta, quando antes davam uma volta e tinham uma segunda entrada na Rua de Lisboa. Isto poderá desmotivar os foliões e os grupos que trabalham tanto?

JJ – Cada grupo tem de fazer o seu trabalho consoante a realidade. O Cruzeiros tem estado a mentalizar os foliões que temos de manter a nossa energia e empenho do princípio ao fim. Antes os grupos faziam a primeira volta relaxada e na segunda entrada vinham com toda aquela energia. Agora é uma vez e pronto. Facto é que o sistema antigo criava alguns constrangimentos. Na segunda entrada havia engarrafamento e os grupos tinham dificuldades em tornar a mobilizar os foliões. Agora é dar a volta e dispersar, para mim é a melhor solução.

Desfilar à noite

MI – O concurso terá este ano 5 grupos, por causa disso pode haver diferença substancial em termos de performance entre o primeiro e o último a desfilar?

JJ – Acredito que sim. Ser o primeiro não será tão aliciante. É preciso ver ainda essa questão de desfile de dia e à noite. Não sei como a Ligoc vai resolver essa situação, pois, para os grupos saírem todos de dia, o primeiro teria que arrancar às 13 horas. Por isso é importante passarmos o desfile para a noite, assim todos os grupos saem nas mesmas condições e ficam sujeitos aos mesmos critérios de avaliação. 

MI – Se os desfiles arrancarem às 15 horas o último grupo vai desfilar à noite e os outros de dia?

JJ – Acho que os dois últimos grupos vão desfilar à noite, pelo que devíamos começar a sair à noite já este ano. Mas vi nas notícias que isso pode acontecer só a partir do próximo ano. Vejo sempre à frente e acredito que, quando passarmos a desfilar à noite, o nosso Carnaval vai dar um salto qualitativo surpreendente.

MI – O período de dia podia ser usado para desfiles dos grupos de animação na Rua de Lisboa?

JJ – Exacto, o espectáculo podia começar as duas da tarde e ir até a meia-noite.

MI – Tem havido um trabalho de melhoria do som. Está satisfeito com as mudanças?

JJ – No ano passado sentimos uma melhoria, tudo correu lindamente para o Cruzeiros. O presidente da Câmara prometeu melhorar a qualidade e “tapar” algumas zonas de sombra, nomeadamente junto ao monumento Posse, que dá acesso directo á Rua de Lisboa, e reforçar o som na Praça Nova. O ideal seria termos um som homogéneo em todo o percurso. Agora, tendo em conta os investimentos nessa área, temos de ver um aspecto importante que é o dinheiro pago aos técnicos de som. Continuam a cobrar o mesmo preço de quando não havia propagação sonora. A CMSV e a Liga têm de nos dar garantia da qualidade do som para pouparmos nesta área. 

MI – Qual o impacto que a propagação homogénea do som ao longo do percurso poderia ter no desfile?

JJ – Enorme, em todos os aspectos. Em primeiro lugar os foliões teriam mais vibração e alegria em cantar e dançar. Se o som não chega a todos há sempre alas que ficam desanimadas e isso provoca algumas quebras. Por outro lado, o público teria uma melhor percepção da performance dos grupos e teria mais vontade em fazer parte do espectáculo.

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo