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Ex-membro da orquestra de Cesária Évora, o compositor Dieg prevê lançar primeiro álbum a solo em meados de 2023

O artista Dieg está na fase final de preparação do seu primeiro álbum, uma obra com 10 faixas inéditas que, diz, retrata a sua história e a forma como vê o mundo. “É a minha caminhada resumida. Neste disco será possível vislumbrar a minha influência musical”, revela o músico mindelense, que considera o disco um momento marcante e de viragem na sua vida.

Dieg assume que foi influenciado por vários artistas cabo-verdianos e estrangeiros, em momentos diferentes da sua carreira. Faz referência a Biús, Cesária Évora, Tcheka, mas também a Coldplay e intérpretes ligados ao mundo do jazz.

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As músicas já foram gravadas e o álbum quase pronto para voar pelo mundo. Mas isso só deve acontecer em meados de 2023. Até lá, Dieg planeia ir publicando singles nas plataformas musicais e na sua página no Youtube. Aliás, lançou recentemente o clipe da música Domani, que compôs a partir de uma letra oferecida pelo avô António Sancha, pai da cantora Lutchinha, residente nos Estados Unidos. “Vô Anton tem sido uma pessoa importante na minha vida artística”, reconhece o jovem.

“Domani”, que significa amanhã em italiano, descreve a dor de um coração partido, de um amor fingido, mas também da ilusão de quem casa para ir viver na Itália e fica sujeito a uma relação tóxica. E chega o dia em que decide que irá regressar “domani” para Cabo Verde. “Estou satisfeito com a recepção do clipe”, confessa Dieg sobre essa música com uma batida ao estilo “mandinga”, que ele próprio considera ser um trabalho “fora de caixa”. Dieg, aliás, inclui-se numa geração de músicos que está a trazer uma nova roupagem à música cabo-verdiana.

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Residente em S. Vicente, após viver na cidade da Praia e percorrer palcos do mundo como instrumentista da banda de Cesária Évora e de cantores como Djodji, Fattu Djakité e Élida, o compositor tem estado a trabalhar a sua carreira a solo e ao mesmo tempo a inovar com uma nova geração de artistas na zona de Chã d’Alecrim. Um processo criativo e que lhe permite também partilhar a experiência adquirida das tantas tournées em que participou.

Instrumentista e cantor, Dieg vem de uma família onde a música sempre marcou o pulsar do coração. O jovem confessa que durante muito tempo não acreditou que a sua veia artística foi herdada, que veio do sangue. “Depois que o meu filho nasceu vi que, afinal, está na génese”, afirma esse autor e compositor, que hoje agradece o carinho e incentivo que recebeu dos familiares, em particular da tia, do pai e do avô. E sem contar com a inspiração que o irmão, o rapper Kiddy Bonz, também representa.

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Além desse empurrão, Dieg teve a sorte de encontrar pelo caminho Adriano Cabral e o guitarrista Hernany Almeida, que lhe deram um grande impulso artístico.

O álbum de Dieg está praticamente pronto, mas ainda falta escolher o título. Na verdade, o artista já tem uma proposta, mas ainda não é o momento certo para revelar esse segredo.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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