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CCM vai receber espectáculo de graffiti, palavras e música “Válvula”

O Centro Cultural do Mindelo recebe nos dias 27 e 28 o espectáculo “Válvula”, que parte da história do graffiti e rap/hip hop a pensar nos adolescentes e jovens de S. Vicente, com o ilustrador António Gonçalves e o activista Flávio Almada (LBC Soldadjah). Antes, no dia 26, no mesmo espaço acontece um workshop de desenho digital em espetáculos performativos para a comunidade académica e profissionais e amadores de áreas artísticas (desenho; musica e teatro).

Este e um show que surge de um desafio lançado pelo Teatro Luca em Portugal, que trabalha temas exclusivamente para a juventude, e propõe tirar as pessoas da sua zona de conforto. Isto porque vai indagar o público, por exemplo, se pinturas nas paredes, ou seja, os graffitis, são arte ou transgressão e ainda se a “desobediência” é ou não legitima. “Criamos este espetáculo sobretudo a pensar nos adolescentes e jovens para dar-lhes a conhecer esta linguagem urbana da cultura hip hop, que se traduz em música, dança, palavras e graffitis. Esta linguagem está muito presente na vida dos jovens e quisemos, com este trabalho, dar uma atenção especial a esta camada”, explica António Goncalves.

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Foi neste sentido que este ilustrador convidou o rapper e activista Flávio Almada para, juntos, arriscarem as respostas num show de 45 minutos, meio-palestra meio-concerto de rap/hip hop, desenho digital e música, que leva o público para uma viagem desde as primeiras pinturas nas rochas de há mais de 30 mil anos aos graffitis actuais. “Vamos tentar perceber o que é o graffiti e a cultura e quem o faz. Queremos também mostrar a vivência que esta cultura traz para a cidade.”

Já para Flávio Almada, ou melhor LBC Soljah, este espectáculo é um apelo à reflexão porque estimula o pensamento crítico sobre questões como espaços públicos e hip hop enquanto movimento artístico e cultural, em que o rap e o graffiti fazem parte. Mostra ainda a tensão que existe entre o que é legal e ilegal. “Basicamente estamos a fazer um convite para as pessoas reflectirem sobre este tema. E temos tido retorno. Os adolescentes e jovens que assistiram este espectáculo sempre no final nos contam as suas histórias ou então contestam aquilo que apresentamos. É esse diálogo que queremos”, diz este activista, lembrando que o rap, o graffiti e o hip hop se alimentam da crítica social, da oraleitura (escrita e oralidade) e a imagem tem forte impacto nas pessoas.

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Sobre o nome da peca, Válvula, António Gonçalves explica que o nome foi emprestado ao tubo que existe dentro das latas de aerossol que doseia e faz a distribuição das tintas no graffit. Este nome, afirma, casou-se na perfeição com os objectivos preconizados com este projecto, que dá visibilidade a estas comunidades dentro das cidades e tem tudo a ver com o espírito do evento.

Para o director do CCM, este é mais um espectáculo que faz parte da programação do grande auditório do centro e é especial porque apresenta uma visão inovadora à volta do rap e do desenho digital. Justifica a escolha com a existência em S. Vicente de um público vasto, constituído essencialmente por jovens, que se interessam e que precisam ser agarrados. Segundo Tony Tavares, a sua vinda a S. Vicente resulta de uma cooperação entre o Palácio da Cultura Ildo Lobo na Praia, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e o Centro Cultural do Mindelo.

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Constanca de Pina

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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4 Comentários

  1. “se a “desobediência” é ou não legitima. ”
    Ríduculo !

    Quem faz esta afirmação é o mesmo Senhor responsável para o Centro Cultural de Mindeo que para fazer a marcação da sala para algum tipo de evento ele tem que pedir autorização ao Abraao Vicente.

  2. A desobediência é legítima quando é em prol da verdade. Graças ao Sr. Tony Tavares e ao seu trabalho, o CCM é um centro de cultura dinâmico e ativo. E também graças à sua ação na cidade, Mindelo pode ser considerada uma cidade de cultura.

  3. E quem diz o que é a verdade ? Abraao Vicente. Se Abraao Vicente mandar e dizer alguma coisa o “Tony” obedece porque … é Verdade. Mindelo uma Cidade com mais de 130 anos e somente com a chegada de “Tony Tavares” passou a ser uma cidade de cultura. Obrigado.

  4. A verdade e’ todo o que favoreçe a vida Augusto. A palavra também, inclue o seja nao significa que passou a ser, mas que e’ uma cidade de cultura também, graças a Ele, meu jovem amigo.

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