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Patrícia Silva vence Prémio Kakoi com performance sobre saúde mental

A atriz e professora Patrícia Silva venceu pelo segundo ano consecutivo o Prémio Kakoi , na categoria individual, com uma performance impactante sobre a saúde mental. O segundo lugar foi atribuído à sátira “Politico trabalhando” e o terceiro para “Bidon d’ Cabo Verde”. Já a nível dos prémios coletivos, foram distinguidos “Cadeia d’ Ribirinha” (1°), “Protegemos o nosso oceano, o ambiente e as tartarugas” (2°) e “Homem Cabral (3°).

Patrícia Silva voltou a utilizar o palco do Carnaval de São Vicente para passar uma mensagem importante, neste caso, sobre a necessidade de “Cuida d’bo saúde mental”. Este alerta chamou a atenção do público e mereceu uma distinção por parte do CNAD-Centro Nacional de Artesanato e Design como forma de reconhecimento e estímulo para reavivar o carnaval espontâneo, considerado um elemento diferenciador da festa do Rei Momo. “A saúde mental é uma questão com que me debato todos os dias. Entendi que era um tema que precisa ser trabalhado. Foi uma espécie de inspiração que me deu. Ouvi a música ‘Gente Feliz’ de Vanessa Damata e deu-me um estalo. É isso que vou fazer. E tenho uma equipa por detrás, o ateliê Melanin, que me ajuda na confecção dos figurinos”

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Segundo Patrícia, aquilo que o público viu nas ruas de morada é resultado de um ‘djuntamon’, com foco no trabalho, realçando a saúde mental. “Quisemos levar as pessoas a pensar a saúde mental. Precisamos cuidar do nosso interior e não pensar apenas no exterior. Temos de cuidar dos nossos pensamentos, emoções e, principalmente, desconstruir esta ideia de que ir ao psicólogo é para malucos. A doença mental é tão relevante quanto a física. Então precisamos falar da saúde mental de uma forma natural.” 

Em 2023, Patrícia Silva ganhou com uma performance forte  e emotivo sobre o abuso sexual de menores. Ela, que também é atriz, incorporou a personagem “Kiki”, que transmitia a inocência da infância, o abuso sexual, o medo, o pedido de ajuda, a aflição e as consequências de abusos sexuais. Na ocasião,  a professora justificou a escolha do tema com a necessidade de “vomitar” o abuso  de menores, dizendo já não suportar as noticias de abuso sexual e nada fazer. 

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Relativamente aos demais, o personagem “Político trabalhando”, por exemplo, denunciou a escravatura moderna e a recusa do político em aumentar o salário do povo, se pode subir o seu. Já os vencedores na categoria grupos, levaram uma réplica de uma cadeia para a cidade para explicar que “A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”, enquanto o segundo lugar arrastou um bote de pesca, puxando uma rede carregada de garrafas de plástico e latas de cervejas. 

O terceiro prémio coube ao grupo de Madeiralzim, que “ressuscitou” Amílcar Cabral. Para Pedro Faria, filho de país cabo-verdianos e nascido em Portugal, Cabral é uma figura indissociável da história de Cabo Verde. “Sei da controvérsia sobre a celebração do seu centenário, mas só posso dizer, e com sinceridade, que Cabo Verde não seria possível sem Cabral!”

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Sobre a iniciativa, José Roberto explica que decidiram levar Cabral para Rua de Lisboa para o povo voltar a levantar os braços. Na sua opinião, os cabo-verdianos continuam a precisar da mensagem deixada por esse guerreiro, que deu a vida pela independência do país.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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