Uma equipa do Observatório Europeu do Sul descobriu um buraco negro no sistema HR 6819, tão próximo de nós que pode ser detetado a olho nu, sem recurso a telescópios
A partir do hemisfério sul da Terra é possível ver duas estrelas do sistema HR 6819, ao olhar para a constelação Telescopium. É também aí que está um buraco negro que pode ser “visto” sem recurso a qualquer aparelho ou equipamento. A descoberta foi feita pela equipa do ESO (Observatório Europeu do Sul) e este é agora o buraco negro mais próximo da Terra de que há conhecimento, noticia a Cnet.
A equipa usou observações do sistema de La Silla, no Chile, para confirmar que uma das estrelas do sistema HR 6819 estava a orbitar em torno de um objeto invisível, enquanto a outra se mantinha distante. Os investigadores concluem que o objeto é, na verdade, um buraco negro, provocado pelo colapso de uma grande estrela.
O ESO afirma que o buraco negro está a mil anos-luz, distância considerada próxima, em termos cósmicos, apesar de ser bastante distante ainda em termos “humanos” e que tem um comportamento bastante pacífico. “O buraco negro oculto em HR 6819 é um dos primeiros do género que encontramos e que não interage violentamente com o ambiente à sua volta e, por isso, parece ser verdadeiramente negro”, diz a equipa do ESO no estudo publicado no Astronomy & Astrophysics.
Devido à sua natureza e características, não é possível ver um buraco negro: “é um local no espaço onde a gravidade puxa tanto que nem a luz pode sair. A gravidade é bastante forte porque a matéria foi comprimida num pequeno espaço”, explicou a NASA no passado. Assim, para este caso, apesar de não ser possível ver o buraco, conseguimos “perceber” que ele está lá, pelo comportamento das duas estrelas à sua volta.
C/ Exameinformatica