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UCID pede ao Governo para não retirar poder político a São Vicente com a saída do ministro José Gonçalves

 

O deputado da UCID António Monteiro pediu esta manhã ao Governo que não retire mais poder político a São Vicente em consequência do pedido de demissão do ministro José Gonçalves, que passou a ser substituído pelo ex-Secretário de Estado Paulo Veiga no sector da Economia Marítima, e por Carlos Santos, nas áreas do Turismo e Transportes. Como enfatiza o líder dos Democratas Cristãos, antes residiam na cidade do Mindelo um Secretário de Estado e um Ministro, agora só fica um ministro, neste caso Paulo Veiga.  “Com a remodelação governamental, S. Vicente deixa de ter dois membros do poder central para passar a ter apenas um. Se passar de dois para um não é perder, então não sei o que é fazer as contas de aritmética. Dois é mais do que um, senhor ministro”, ironizou Monteiro na sessão parlamentar desta manhã.

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Para Monteiro, estando o ministro e o Secretário de Estado em S. Vicente podiam sempre ajudar a resolver mais eficazmente os problemas ligados às pastas sob as suas responsabilidades. “Nós tentamos a Regionalização, não foi possível. Vir agora retirar mais um elemento do governo de São Vicente é sim uma perda política para a ilha”, repete o presidente do partido União Cabo-verdiana Independente e Democrática.

Em jeito de resposta, o deputado Orlando Dias, do Movimento para a Democracia, considera que o deputado António Monteiro fez confusão. Segundo o mesmo, o governo de Cabo Verde é da República, pelo que representa todas as ilhas. “Que eu saiba, o ex-ministro até é da Brava. Em questão de residência, um membro do governo pode residir em qualquer lugar de Cabo Verde”, garante.

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A exigência da UCID, para este deputado do MPD, não faz sentido. “Imagine que os outros concelhos exijam que resida um membro do governo na sua ilha ou concelho!”, exclamou esse parlamentar. Para Dias, houve até uma promoção uma vez que o Secretário de Estado passou a Ministro, pelo que não vê motivos para serem levantados problemas neste sentido. “O governo é da República, por isso Brava não tem um governo, Boa Vista não tem um governo e nem S. Vicente tem um governo! Pode é estar lá um ministério e isso vai depender da opção do membro do governo, que reside aonde quiser”, acrescenta.

Desta forma o deputado desvaloriza toda importância atribuída pelo Governo na transferência deste ministério para São Vicente em finais de 2017, porque o essencial, na sua ótica, são as políticas ligadas ao mar e o impacto para as ilhas. Para Dias, esse assunto nem deveria ser levado para o plenário.

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Por sua vez, Emanuel Barbosa, também do MPD, afirma que o caminho que Monteiro faz “não é aconselhável” e recomenda-lhe responsabilidade, bom senso, sem visão estratificada do país.

A mesma opinião demostra ter o deputado Luis Carlos Silva, que acusa Monteiro de estar focado no “dividir o bolo” púbico. “A divisa do bolo não chega porque o bolo é muito pequeno para todo o país”, acrescenta.

A estratégia do Governo, para Silva é investir neste que chama de “bolo” para que cada ilha tenha uma parcela maior. Por isso considera que a perspectiva aritmética de Monteiro não leva o governo ao caminho que pretendem.

Para Luis Carlos, São Vicente não precisa de mais setor púbico na ilha, porque considera que a ilha ja tem uma base do setor privado, com uma cultura empreendedora. Falta apenas, segundo este deputado, a construção de um ecossistema que estimule esta base privada e a cultura empreendedora para a ilha dar passos mais acelerados. Remata que “as coisas na ilha estão a acontecer, numa velocidade relevante”, mas que o governo pretende acelerar ainda mais esse crescimento.

Sidneia Newton (Estagiária)

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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3 Comentários

  1. O António Monteiro foi astuto. Claramente São Vicente sai a perder. Coordenava as pastas de Energia, turismo, transportes e pescas no início deste Governo e actualmente restou-lhe qualquer coisa semelhante ao Ministério das Pescas. Não há descentralização, não há desconcentração e Regionalização foi chumbada. Onde pairam o resto dos deputados da ilha? É nestes momentos que sabemos avaliar com quem contamos. Vá lá ver o eleitor Mindelense que vão voltar o EEspecial da Praia.

  2. Orlando Dias, Emanuel Barbosa e Luis Carlos Silva, estão literalmente confusos com uma coisa tão simples.
    Por isso até parece uma confusão feita de propósito. Como se costuma dizer – “confusão de conveniência”.
    António Monteiro disse que a retirada de um membro do governo da ilha, enfraquece o poder político de S.Vicente. (E certamente terá dito isso por achar que S.Vicente merece ter um outro peso político no país).
    Ora, isso sim, pode ser apoiado ou contestado.
    Portanto o OD, o EB e o LCS, têm o direito de achar que a saída de um membro do governo “tira ou não tira peso político” ou que “S.VIcente merece ou não merece ter um maior peso político”.
    Mas, vir conta-argumentar que um ministro sediado em S.Vicente, não é um ministro só de S.Vicente mas sim um ministro de Caboverde, revela falta de argumentos com peso suficiente para contestar António Monteiro.
    É colocar na boca de AM o que ele não disse nem insinuou, para então poder conseguir ter matéria para responder.

  3. Obrigado por esse esclarecimento porque na verdade, Orlando Dias, Emanuel Barbosa e Luis Carlos Silva, não estavam interessados em debater com clareza, a afirmação do António Monteiro.

    Estavam simplesmente interessados só em tentar construir uma mensagem falsa e fantasmagórica, dirigida para nós que estamos cá fora, simplesmente para nos confundir.

    – Se desde a independência (em 44 anos), todos os ministros e ministérios sediados na Praia, foram lá colocados para governar todo o país.
    – Se raramente compriram este preceito, preferindo governar com olhos, alma e coração intensamente virados para a ilha de Santiago, especialmente para Praia.
    – Se durante todo esse tempo, nunca eles resolveram tocar neste assunto para nos esclarecerem que um membro do gverno sediado na Praia, não era para governar só aquela ilha.

    * Porque é que 4 anos dum ministério em Mindelo, seria motivo para tais esclarecimentos de Orlando Dias, Emanuel Barbosa e Luis carlos Silva????

    (e recorde-se que estes esclarecimenteos são a repetição daqueles que nos foram dados, logo aquando da instalação desse ministério em Mindelo em 2016, ou seja, o que revela uma preocupação inapropriada que pode significar, falta de respeito, de consideração e de confiança numa ilha que sempre despretenciosamente, tanto de qualidade tem feito por Caboverde e pela posteridade deste país, ao longo da história).

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