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UCID condena venda do Liceu da Várzea: “Governo passa a ideia de que a Educação não tem valor nenhum”

A UCID condenou esta manhã a decisão do Governo de vender o Liceu Cónego Jacinto por 570 mil contos para possibilitar a construção do novo prédio da Embaixada dos Estados Unidos da América, numa área de 12.000 metros quadrados. Segundo António Monteiro, o partido dos democratas-cristãos está indignado porque a escola é um corpo vivo, composto pelos alunos, professores, funcionários e a própria comunidade onde está inserida, neste caso a zona da Várzea. Além disso, prossegue, esse negócio pode levantar preocupações a nível da segurança interna, porque o serviço diplomático norte-americano passará a ficar paredes-meias com o Palácio do Governo.

“O processo foi de qualquer modo mal conduzido porque, no nosso entendimento, deveria-se em primeiro lugar criar as condições para que, ao invés de uma venda, houvesse uma troca”, frisa Monteiro, para quem o governo deveria construir um outro estabelecimento de ensino antes, caso estivesse determinado a concretizar o negócio. É que, lembra, a escola em causa tem 1800 alunos do sétimo ao 12° ano, 110 professores e 20 funcionários, que agora precisam saber para onde serão encaminhados.

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Na perspectiva da UCID, a justificação apresentada no Boletim Oficial pelos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, respectivamente Olavo Correia e Luís Filipe Tavares, não convence a ninguém. “Resolveram vender uma escola e trouxeram um subterfúgio em termos de crescimento populacional. Este não é o teor essencial, mas sim vender por vender, deixando aos cabo-verdianos a ideia de que a Educação não tem valor nenhum. Um governo que se preze não lida com a Educação de forma facilitista”, critica António Monteiro, que aproveitou o contacto com a imprensa para pedir ao Governo para construir o quanto antes um novo edifício escolar e minimizar o mal feito.

Para a UCID, o negócio entre o Governo e a Embaixada dos Estados Unidos traz em si um outro problema: o facto de o futuro edifício dos serviços diplomáticos norte-americanos ficar a paredes-meias com o Palácio da Várzea. A grande preocupação é se essa vizinhança não infringe as normas de segurança interna.

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Em princípio, o novo liceu será construído na zona de Taiti, perto do memorial Amílcar Cabral. Conforme informações avançadas no Facebook por João Tomar, Director Nacional do Património, o terreno já está identificado e dentro de dois anos, após a assinatura do contrato, irá nascer um liceu com mais salas, equipamentos modernos, laboratório e ginásio.

KzB

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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6 Comentários

  1. Não se entende, porquê que a Embaixada Americana não foi edificada no Taiti, em vez de um espaço que ocupa uma escola, ser demolida para ceder Embaixada. É que, com a passagem da escola da Várzea para Taiti, tem um constrangimento grave que tem que ver com segurança dos alunos da comunidade de Várzea, que são obrigados atravessar uma Avenida com elevado movimento de viaturas, para terem acesso a escola, que antes não corriam este perigo. Agora fica tarde, porque o negocio já está concretizado.

  2. Este homem, de facto, é um inimigo da Praia. Depois, tornou-se especialista de segurança interna. Pobre da UCID. Que fazer ?

  3. O dinheiro arrecadado pelo liceu da varzea edificara cinco liceus melhor e em melhor lugar.

    Acho que o povo criolo está completamente paranoico com questões de vendas.

    Quando se vende algo em Cabo Verde esse produto de venda permanecerá aqui, e com valor acrescentado.

    Cabo Verde estaria a ganhar, mesmo que tenha cedido gratuitamente o espaço

  4. Não deve ser por isso.
    Coitado é limirado, falta lhe angulo de visão, pensa dentro da caixa

  5. Será que estes mesmos americanos que compraram o Liceu da Várzea, custearão o liceu substituto?
    Por acaso já viram nas ilhas, algum Hospital ou Escola construída aqui pelos americanos’ será que aconteceu e não dei por tal?…

    O senhor Pr. da Ucid tem toda a razão, descartar Liceu, desta forma é sintomático e ilustrativo da forma como a educação está a ser encarada nestas paragens…apenas naquela máxima: “bom dinhero!” ou melhor: “bom negócio”…

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