Pro-reitora da ULCV espera que congresso de Ciência e Inovação seja ponto de partida para “verdadeira” investigação científica no ensino superior
Começa amanhã em S. Vicente o 1. Congresso da Ciência, Inovação e Desenvolvimento na Lusofonia, evento que, para a professora Elisa Silva, deve servir de ponto de partida para a investigação científica ganhar o seu verdadeiro lugar ao nível do ensino superior. É que, na perspectiva da Pro-reitora da Universidade Lusófona de Cabo Verde, instituição organizadora do congresso, o estado da arte da investigação científica está ainda muito aquém do desejado. Elisa Silva enfatiza que tem havido alguma incursão nesse domínio, mas basicamente associados aos trabalhos académicos de fim de licenciatura, mestrado e doutoramento. A seu ver, no entanto, é preciso um maior investimento para que a investigação científica possa fazer voos mais altos e ousados.
“Esperamos com este congresso que a cultura científica comece a ter a importância que merece nas instituições do ensino superior e possamos contribuir para a concretização das políticas públicas sobre essa área do conhecimento”, frisa a presidente da comissão organizadora daquele que é o primeiro congresso internacional de ciência e inovação ao nível do espaço lusófono organizado pela ULCV. O evento decorre de 18 a 20 de outubro e prevê 42 comunicações, sendo 12 presenciais e 30 via online.
A abertura do congresso está programada para amanhã à tarde com as intervenções de Elisa Silva, enquanto presidente da referida comissão organizadora, dos Reitores da Universidade Lusófona de Cabo Verde e de Portugal e ainda da vice-Presidente de Angola, Esperança da Costa, e do Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves. As mesas redondas e conferências acontecem nos dias 19 e 20, com temas ligados à saúde global, investigação, transição energética e energias renováveis, o papel da sociedade civil e dos empresários no desenvolvimento científico, agricultura, turismo, património, educação, transformação digital… A apresentação dos trabalhos estará a cargo de cientistas e investigadores de C. Verde, Brasil, Portugal, Angola e Brasil.
No período da tarde do último dia será lida a Declaração do Mindelo, documento onde irão constar as conclusões e recomendações. Filomena Martins, Reitora da ULCV, vai adiantando que a expectativa é que os países da CPLP e da África no seu todo sejam capazes de produzir conhecimentos para serem usados nos seus processos de desenvolvimento. Considera que, enquanto isso não acontecer, continuarão a ser arrastados por conhecimentos extrínsecos às suas próprias necessidades.
O congresso será aberto por José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde, e encerrado pelo Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.