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J. do Carmo pede ao Governo para deixar de “muito parlare” porque SV vive momento particular de prostituição, consumo de drogas, insegurança e fome

O deputado Joao do Carmo pediu hoje ao Governo para deixar de muito “parlare, parlare…”, numa alusão ao hino do grupo Monte Sossego no Carnaval deste ano, e fazer algo de concreto para contrariar o estado social de S. Vicente, marcado, nas suas palavras, por prostituição, consumo de drogas duras, inseguraça, desemprego e fome. O colega João Gomes, do MpD, respondeu e disse que é preciso acabar com o discurso para baixar a moral dos mindelenses.

Segundo João do Carmo, a situação na chamada ilha do Porto Grande é marcada neste momento pelo aumento de pobres “escondidos” nos bairros da periferia, famílias que, diz, muitas vezes não conseguem fazer uma refeição por dia, enfrentam imensas dificuldades para pagar as despesas o que provoca um impacto “altamente negativo” no capítulo da segurança.

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“Há claramente pessoas a passar fome em S. Vicente, o que tem provocado o aumento tremendo de pessoas vivendo na e da prostituição”, afirma o deputado eleito por S. Vicente. Para João do Carmo, este fenómeno tem uma ligação directa com o consumo de drogas duras em “bocas de fumo” em bairros por todos conhecidos; o crescimento do consumo de drogas, diz o parlamentar, tem relação, por seu lado, com a marginalização e a violência urbana registadas na ilha.

S. Vicente, enfatiza João do Carmo, já conheceu momentos de tranquilidade, mas hoje o combate à insegurança tornou-se uma prioridade. Explica que o problema ganha outro impulso quando os jovens terminam a sua formação e ficam no desemprego. Momento em que muitos entram em depressão, por não vislumbrarem saídas e oportunidades.

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Na sua intervenção, o citado político aproveitou para pedir aos colegas da UCID e do MpD, eleitos pelo círculo de S. Vicente, para unirem as forças em prol da ilha e da população, tal como outros deputados fazem quando está em causa o interesse dos seus eleitores. Adicionalmente pediu ao Governo para deixar de “muito parlare” e fazer algo de concreto porque S. Vicente está a enfrentar um momento ruim em termos políticos, económicos e sociais.

Em resposta, João Gomes diz não entender as pessoas que falam de uma coisa, mas querem o contrário. Para esse deputado do MpD eleito por S. Vicente, não pode haver no parlamento intervenções sistemáticas que só servem para deitar abaixo a moral das gentes da ilha do Monte Cara. “Uma vez na vida vamos elevar a moral da nossa ilha que temos todos o orgulho de representar”, frisou.

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João Gomes diz reconhecer que é preciso fazer melhor por S. Vicente, mas, para ele, é preciso lembrar o ponto de partida. “Se há prostituição lamentamos, mas será que esse fenómeno nasceu ontem ou hoje? Onde estiveram os que hoje reclamam durante os 15 anos de governação do seu partido? O que fizeram para diminuir ou acabar com a prostituição?”, questiona.

Ao contrário do discurso do deputado do PAICV, João Gomes considera que o Executivo tem feito bastante por S. Vicente. “Basta olhar para a marginal que vai da Lajinha ao centro da cidade do Mindelo para vermos as obras em curso”, diz, numa referência aos hotéis em construção.

Para o parlamentar ventoinha, o seu colega falou de tudo, mas esqueceu-se do essencial: “há cada vez menos desemprego em S. Vicente porque cada vez há mais oferta e as obras estão a ser feitas”, afirma João Gomes.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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