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Covid-19: Autoridades sanitárias vão passar a controlar os veleiros que entram no Porto Grande

As autoridades sanitárias vão passar a inspecionar os veleiros que entram no Porto Grande e ficam atracados nas marinas ou ancorados na baía. Segundo Elísio Silva, há muito que a Delegacia de Saúde tem estado preocupada com essa situação, mas a ameaça do coronavírus Covid-19 está a obrigar a tomada de medidas de prevenção imediatas. É neste sentido que ficou agendada uma reunião na segunda-feira com os proprietários das duas marinas instaladas no Porto Grande para discutirem o caso e estabelecer planos de acção visando o detecção de pessoas infectadas e que possam entrar por via marítima na ilha de S. Vicente.

“Qualquer navio que entra no Porto é sujeito a um controlo sanitário, mas o mesmo não acontece com os barcos de recreio. Ora, a entrada dessas embarcações em S. Vicente é assinalável e podem trazer pessoas portadoras do coronavírus, se atendermos que esses barcos podem fazer entre 5 a 7 dias de viagem das Canárias ou do Brasil para Cabo Verde”, salienta o Delegado de Saúde, lembrando que equipas sanitárias têm estado activas no Porto Grande e no aeroporto internacional Cesária Évora, a fazer uma inspecção apertada a todos os passageiros que entram em S. Vicente. Neste momento, frisa, há indicações para estarem mais atentas às pessoas provenientes da China, Irão, Japão e Itália, mas decidiram passar a “pente fino” todos aqueles que desembarcam no AICE.

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Caso surgir um alerta, sublinha esse médico, os técnicos já sabem como proceder para colocar a pessoa suspeita em isolamento. Foi graças a essa capacidade de intervenção, diz, que foi possível dar resposta aos dois casos suspeitos detectados até o momento em S. Vicente. Ambas as pessoas foram internadas, já foi descartada a possibilidade de contágio no primeiro cenário e agora aguarda-se a chegada dos resultados das análises mandadas efectuar em Portugal para se saber o estado de saúde de um homem de 49 anos que veio da Itália.

“O suspeito está internado no hospital Baptista de Sousa, no espaço de isolamento criado na área dos quartos particulares, ainda não temos os resultados, que podem chegar ainda hoje”, informa Elísio Silva, acrescentando que o paciente está bem e que neste momento não apresenta sintomas que possam apontar para a infecção. No entanto, alerta, é preciso aguardar pelo despiste para se saber com certeza que está livre do vírus.

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HBS com capacidade para isolar 12 pessoas

Neste momento, o hospital de S. Vicente tem capacidade para isolar 12 pessoas suspeitas de coronavírus. No entanto, o plano de contingência – que foi esta manhã socializado com vários parceiros – estipulada adaptações, nomeadamente a ampliação dos espaços de isolamento e tratamento, consoante os cenários previstos. Elísio Silva adiantou que já foi criado um espaço no PMI na Bela Vista onde podem ser colocados os casos suspeitos, enquanto que os doentes confirmados e mais graves ficam no hospital.

Estas declarações e esclarecimentos foram feitos numa altura em que foi anunciada a detecção de mais três casos suspeitos em Santo Antão, Sal e Boa Vista. Questionado se o paciente que está em Santo Antão pode ser evacuado para o hospital central de S. Vicente, caso for confirmada a infecção da pessoa pelo Covid-19, Elísio Silva descartou liminarmente essa hipótese. “Está fora de questão a evacuação de pessoas infectadas pelo coronavírus. O doente tem de ser tratado no local onde se encontra”, afirmou o médico.

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A divulgação da informação, nomeadamente através da imprensa, tem sido, segundo Elísio Silva, uma das “armas” usadas pelos serviços sanitários no combate à chegada e propagação do coronavírus em Cabo Verde. Para o Delegado de Saúde, a população já está minimamente ciente dos cuidados a ter. Por outro lado, assegura, os técnicos dos centros de saúde, do banco de urgência e das unidades sanitárias estão munidos de informações e conhecimento para agirem. Este relembra que há uma linha verde disponível, pelo que qualquer pessoa pode telefonar para 800 1112, em caso de necessidade.

Elísio Silva voltou a frisar a importância das pessoas agirem com serenidade, confiar no trabalho de prevenção em curso e tomar as medidas de higiene pessoal. Silva frisou ainda que os bombeiros de S. Vicente já dispõem de equipamentos e de uma ambulância disponibilizada pelo HBS para poderem fazer a sua parte com base no plano nacional de contingência.

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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