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Bombeiros suspendem atendimentos devido a falta de equipamentos: CMSV estranha declarações e acusa Comandante de inércia

O vereador do Pelouro da Protecção Civil da Câmara Municipal de S. Vicente reagiu as queixas dos bombeiros e a confirmação do Comandante desta corporação, relativas a suspensão da prestação de serviços de atendimento público devido a falta de equipamentos básicos, designadamente luvas e máscaras. Para José Carlos da Luz, esta situação resulta essencialmente da inércia do Comandante que dispõe de um fundo de maneio para os casos de emergência. 

O autarca começou por lembrar que Comandante dos Bombeiros Municipais de S. Vicente é um líder e, por isso, devia ser mais contido nas suas declarações, até para não causar pânico na sociedade. “Estamos a falar de uma pessoa que está no cargo há muitos anos e que devia conhecer a lei de base do Serviço Nacional da Protecção Civil e Bombeiros”, diz José Carlos da Luz, realçando que quando se tem uma situação de epidemia é este serviço e não as câmaras municipais que determina o que se deve ou não fazer. 

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No caso de S. Vicente, diz, as partes estavam em contactos e já tinham identificado as carências. Nega, no entanto, que faltavam no quartel equipamentos básicos como luvas, por exemplo. “Nos últimos dois meses fizeram varias requisições de luvas, que foram todas atendidas. Por exemplo, no dia 15 de janeiro foram entregues 10 caixas de luvas, que foram reforçadas no dia 17 e no dia 27 com mais duas caixas cada. Ontem receberam mais 10 caixas de luvas, sem falar em outros equipamentos como álcool e máscaras que foram entregues no quartel.”

Responsabilidade do Comandante

Mas o vereador deixa claro que a responsabilidade de suprir as carências dentro do quartel é única e exclusivamente do comandante que, para tal, beneficia de isenção de horário e um subsidio para o efeito. De acordo com José Carlos, é Jorge Leite quem deve procurar no mercado os materiais em falta, o que não faz por inércia, isso não obstante ter a sua disposição um fundo de maneio para situações de emergência.

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“O problema é que este fundo vem sendo desviado para outros fins, nomeadamente para empréstimos aos soldados da paz em forma de vales. Também tivemos a informação de que 21 mil escudos foram roubados deste fundo por isso estamos a fazer uma averiguação neste momento”, refere o autarca, para quem o dinheiro deveria ser usado apenas para suprir as necessidades básicas. 

O vereador nega também, veementemente, que os bombeiros tenham esperado três meses para terem uma resposta sobre uma requisição de luvas. Aliás, diz, a base da CMSV mostra que todos os pedidos são atendidos em tempo útil. “Por causa do coronavírus já vínhamos fazendo demarches junto do SNPC e Bombeiros para a disponibilização de outros equipamentos para que os nossos bombeiros pudessem estar preparados em caso de necessidade. Também receberam uma formação especifica”, constata. 

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Relativamente aos fatos de protecção em falta, José Carlos da Luz garante que conseguiram localizar na tarde de ontem uma loja em S. Vicente com algum material em Stock, mas volta a repetir que este não é trabalho do vereador. “Cabe ao comandante e ao seu staff suprir o quartel dos materiais em falta. É também sua responsabilidade informar a CMSV, o que só aconteceu ontem após ter sido contactado pela imprensa”, pontua.

Este aproveitou para criticar a postura pouco profissional dos soldados da paz de suspenderem o atendimento geral, sendo que no quartel possui um serviço de triagem  e sabiam, de antemão que tipo de serviço foi-lhes solicitado. “Entendo a recusa se tivessem sido chamados para um caso de gripe, mas para um desmaio numa escola ou uma queda, negar atendimento é falta de profissionalismo.”

O Mindelinsite conseguiu confirmar junto dos bombeiros e do próprio Comandante que, durante a tarde de ontem, foram entregues no quartel, um kit com luvas mais resistentes, mascaras e álcool e que estão a aguardar a chegada, nos próximos dias, de fatos descartáveis e óculos de protecção. O trabalho, que tinha sido suspenso, foi retomado imediatamente após a entrega destes equipamentos. 

Constança de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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