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Aumento exorbitante da tarifa de electricidade: Adeco pede força tarefa para combater perdas e ineficiência na gestão da Electra

A Associação para Defesa dos Consumidores (Adeco) pediu hoje, em conferência de imprensa no Mindelo, que seja criada uma força tarefa, constituída pelo Governo, Municípios e Agência Reguladora Multisectorial da Economia para combater as perdas técnicas e comerciais, cujo valor é pago pelos consumidores. O vice-presidente da direcção da Adeco responsabilizou igualmente a ineficiência na gestão para justificar o aumento extraordinário da tarifa da electricidade no país. 

De acordo com este responsável, o preço da electricidade em Cabo Verde sempre foi elevado, sobretudo devido a factores internos, no caso perdas técnicas e comerciais, sem que a empresa nada faça para resolver este problema. No entanto, este aumento passa à exorbitante se a estes factores se acrescentar os externos, como a guerra na Ucrânia. Isto acontece, do seu ponto de vista, porque as perdas são repassadas aos consumidores. 

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A Electra apresentou o seu relatório em 2020 uma perda de 26% no sector da electricidade. Trata-se de um valor exorbitante. E estas perdas continuam a ocorrer, mesmo perante esta perda a nível nacional. A Adeco, de uma forma não oficial, entende que, eventualmente, qualquer factor externo vai aumentar exponencialmente o valor da electricidade, que já é elevado a nível nacional devido a falta de eficiência na produção e distribuição deste produto”, afirma. 

É neste sentido que defende um “djunta-mon” para resolver este problema, que parece não preocupar a empresa, a reguladora ou as autoridades nacionais. “Não existe uma força tarefa, constituída pela empresa de electricidade, o Governo, Municípios e a ARME para combater as perdas. E isso acontece porque é o consumidor quem paga esta factura”, enfatiza Éder Brito.

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Sobre este particular, defende este responsável que o consumidor que pagar apenas o seu consumo, não a falta de eficiência e nem outros custos, pelo que é urgente a adopção de medidas para corrigir tais perdas técnicas e comerciais, mas também os problemas decorrentes da gestão da Electra. “Temos uma Agência Reguladora Multisectorial da Economia que tem no seu estatuto também a protecção dos consumidores, mas nada faz neste sentido.”

Critica igualmente o Governo e a Assembleia Nacional que, do seu ponto de vista, deveria ter um papel em termos de legislação por forma a permitir que seja feita uma acção legal para combater as perdas e o roubo de energia e evitar que todo este peso seja transferido para os consumidores. Entende Éder Brito que uma possível saída será sem duvida as energias renováveis, essenciais para diminuir o preço final da electricidade para os consumidor. 

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Relativamente as medidas adoptadas pelo Governo para evitar que o aumento do preço dos combustíveis para electricidade tivessem sido maior, nomeadamente a eliminação do IVA, o vice-presidente da direcção da Adeco entende que são paliativas porque não se foca no problema, que são as perdas técnicas e comerciais e os roubos. E é o consumidor quem paga. Já sobre os cortes de energia que se verificam na Praia, entende que se devem a gestão ineficiente da empresa e também as perdas e roubos de energia.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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