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Dinheiro deitado à rua… com Conferência do Sal

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Por: António Santos

Sabemos que Cabo Verde necessita de uma boa imagem internacional para conseguir investimentos estrangeiro, mas gastar 150.000 contos para produzir discursos vazios sobre a liberdade, a democracia, a boa governança não passa pela cabeça de um tinhoso. A liberdade, aplica-se; a democracia, executa-se; a boa governança, faz-se.

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A principal ilha turística de Cabo Verde, a ilha do Sal, acolheu uma conferência internacional sobre “Liberdade, Democracia e Boa Governança” com um conjunto de convidados de renome internacional, incluindo uma mensagem em vídeo do presidente da Vladimir Zelensky, uma intervenção online do Secretário-geral das Nações unidas, António Guterres, e do ex-Primeiro-ministro português António Costa, além da presença do Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.

Até aqui, tudo bem. Mas, não lembra ao Diabo, também conhecido por ‘Chifrudo’, gastar 150 mil contos, quando atravessamos uma crise económica tão grave, para o Governo tentar lavar a imagem do MpD, o partido do poder, que está cheia de nódoas, e fazer uma operação de charme político.

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Sabemos que Cabo Verde necessita de uma boa imagem internacional para conseguir investimentos estrangeiro, mas gastar 150.000 contos para produzir discursos vazios sobre a liberdade, a democracia, a boa governança; não passa pela cabeça de um tinhoso. A liberdade, aplica-se; a democracia, executa-se; a boa governança, faz-se.

Não é com discursos, mas sim com atitudes, práticas e ações que se mede o grau da democraticidade de um Governo, e, nesta matéria, o MpD está a ano luz de distância da democracia. Todos sabemos que a liberdade e a democracia neste país, quando se trata da esfera político-partidária, ainda não é plena.

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Como denuncia nas redes sociais Eduardo Patronílio, as pessoas são maltratadas no trabalho porque são de “partidos” diferentes. São despedidas porque entrou um novo “partido no poder”. São colocadas num posto única e exclusivamente por serem membros influentes no partido, mesmo sem terem qualquer habilidade, e mais grave habilitações, para assumir o lugar.

Num país onde ainda há presos políticos e onde a liberdade de expressão ainda é condicionada, por medo “do sistema”, o MpD não pode afirmar, numa conferencia internacional, que a nossa liberdade e democracia são plenas.

Unimos a nossa voz aos apelos de Eduardo Patronílio, ‘’temos de unir esforços e trabalhar em prol de uma democracia sem buracos, uma liberdade não condicionada pelas preferências partidárias’’. Temos de nos unirmos todos, sem exceção, contra declarações de princípios, como a “Declaração do Sal”, um documento inútil, uma miscelânea de princípios e palavras vazias que não servem os interesses do Estado cabo-verdiano.

No fundo, da Conferência Internacional do Sal, onde foi gasto 150.000 escudos do erário público, não saiu nenhuma proposta concreta, inovadora, original. Foi meio milhão de euros deitados à rua, desperdiçados numa conversa entre gente do mesmo clube e que poderiam ter servido para melhorar a vida dos cabo-verdianos. Não estamos em tempos de gastar dinheiro em ‘’bazofiarias de Democracia’’ que, na prática, não existe em Cabo Verde.

Aqui deixámos uma singela pergunta: que tipo de liberdade existe em Cabo Verde?

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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