A população mundial deve chegar aos 8 mil milhões a 15 de novembro próximo, com a Índia projetada para superar a China como o país mais populoso em 2023, segundo novas projeções do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas. A diminuição da população chinesa é justificada com o envelhecimento e o historial de restrições, como é o caso da política de “filho único”, ao passo que a Índia, apesar de ter introduzido programas nacionais de planeamento familiar em 1952, está a caminhar na direção oposta.
Este estudo foi publicado no mesmo dia em que as Nações Unidas assinalam o Dia Mundial da População, 11 de julho, no mesmo dia que foi proclamado e adotado pela Assembleia-Geral da organização em 21 de dezembro de 1990. “Antecipar o nascimento da pessoa que fará a população chegar aos 8 mil milhões na Terra, é um lembrete da nossa responsabilidade de cuidar do planeta e um momento para refletir como ainda estamos na6o cumprimos nossos acordos mútuos”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado, sem citar casos específicos.
É também “um momento para celebrar a nossa diversidade, reconhecer a nossa humanidade comum e para nos maravilharmos com os avanços na saúde, que prolongaram a expectativa de vida e reduziram drasticamente as taxas de mortalidade materna e infantil”, acrescentou ainda Guterres.
A população mundial está a crescer ao ritmo mais lento desde 1950, tendo caído abaixo de 1% em 2020, de acordo com especialistas, que alegam que esta redução pode ser motivada pela facto de o mundo ainda estar a enfrentar a pandemia provocada pela covid-19. Ainda assim, as estimativas referem que a população mundial pode crescer para 8,5 mil milhões em 2030 e 9,7 mil milhões em 2050, atingindo cerca de 10,4 mil milhões na década de 2080, e os países da África Subsaariana devem contribuir com mais da metade do aumento até 2050.
O relatório informa ainda que mais de metade do aumento esperado da população nas próximas décadas deverá concentrar-se em oito países. São eles República Democrática do Congo, Egipto, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia. “O rápido crescimento populacional torna mais difícil erradicar a pobreza, combater a fome e a desnutrição e aumentar a cobertura dos sistemas de saúde e educação. Por outro lado, alcançar os ODS, especialmente aqueles relacionados à saúde, educação e igualdade de género, contribuirá para reduzir os níveis de fertilidade e desacelerar o crescimento da população global”, referiu o SG da ONU para Assuntos Económicos e Sociais.