A ginasta norte-americana Simone Biles quer voltar a inscrever o seu nome na história dos desportos olímpicos executando um salto tão perigoso em Tóquio que, conforme a imprensa, nem o treinador quer ver. O salto Yurchenko com duplo mortal, segundo o Jn.pt, é considerado por muitos um dos movimentos mais complexos e perigosos da ginástica artística e só uma mulher conseguiu executá-lo em competição até hoje. Biles, 24 anos, actua hoje pela primeira vez nos Jogos Olímpicos e pretende tornar-se a primeira mulher a conquistar esse desafio no Japão.
Biles fez história na competição U.S. Classic, em maio, quando se tornou a primeira mulher a executar com sucesso o salto duplo de Yurchenko em provas oficiais. Agora, em Tóquio, a ginasta quer voltar a fazê-lo, com nova conquista no horizonte: ser a primeira mulher a concretizar o movimento nos Jogos Olímpicos. E até já o fez novamente nos treinos, na quinta-feira. O canal de televisão ESPN descreveu-o como “o maior salto Yurchenko com duplo mortal feito por ela até agora”. O salto Yurchenko com duplo mortal é uma rotina que historicamente era apenas executada por homens, consistindo numa roda para o trampolim, um salto de costas para a mesa e um duplo mortal no ar antes de pousar.
O movimento é tão perigoso que nem o treinador da atleta, Laurent Landi, quer que ela o tente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, porque está a recuperar de uma lesão no tornozelo. Além disso, Laurent não acredita que o nível de dificuldade da execução, combinado com o baixo valor dos pontos, valha a pena o risco.
“Se ela realmente quiser fazer isso, vai ter que me implorar”, disse Laurent, numa entrevista. “As pessoas parecem esquecer-se que é uma habilidade muito, muito perigosa… Apenas ter glória e estar no Código de Pontos não é suficiente”.
Biles fará a estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio no domingo, durante a competição de qualificação de equipas femininas.
Se ela executar com sucesso o movimento nos Jogos Olímpicos, onde nenhuma mulher tentou até hoje, o salto tornar-se-á a quinta habilidade com o nome de Biles no Código de Pontos da ginástica, o livro de regras que divide o sistema de pontos para competições da modalidade.
Na estreia em Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016, Biles fez história ao subir ao pódio cinco vezes, com quatro medalhas de ouro (equipas, salto, solo e individual geral) e uma de bronze (trave olímpica).