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Filomena Vicente quer “novo pacto” com sócios da associação ACV em Portugal

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A direção da Associação Cabo-verdiana em Portugal, recentemente eleita e empossada, encara o novo ano com otimismo, promete “muito trabalho” e apela a um maior engajamento e aproximação dos seus associados, que nos últimos tempos têm estado afastados. Filomena Vicente, Presidente da ACV, falava ao Mindelinsite numa entrevista sobre as perspetivas para 2021 para esta instituição pertença dos crioulos nas terras lusas.

A novel presidente da associação, que nos últimos dias após a sua eleição tem estado a arrumar a casa, defendeu ainda um novo pacto com os associados. “Assumam todos esta Casa que é pertença de todos, onde cada um pode participar e dela dispor” considerou Filomena Vicente, argumentado que “o sentimento de pertença tem de ser reapropriado pelas nossas comunidades”

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Filomena Vicente aponta a sustentabilidade como a ferramenta para se poder abrir aos projetos úteis para as pessoas. Esta dirigente associativa quer que a ACV se transforme num espaço de trabalho e de promoção da cultura, história e promoção de Cabo Verde, dos cabo-verdianos em Portugal e no mundo.

Filomena Vicente defende que há ainda muita coisa por melhorar, para fazer e para mudar. “Sempre dissemos que saberemos destrinçar o trigo do joio e separar o que foi bom, que iremos continuar, do que foi mau, que já começamos a descontinuar”, fez saber a presidente da ACV. Vicente defente que passou a faltar uma dimensão crucial da Associação que é a do activismo comunitário e de articulação com as populações nos bairros. “Vamos repô-la, pois foi esta dimensão que tornou a ACV a referência que é, reconhecida hoje por várias entidades”, anotou a responsável.

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Filomena Vicente não nega o facto de a ACV ser vista como uma organização de “elites”, desde que estas estejam comprometidas com as causas da entidade, que são, diz, a projeção de Cabo Verde e a promoção social.  A este propósito deixa claro que o que não subscreve é o culto de personalidade, o egoísmo e a gestão pouco transparente da coisa associativa. Defende, deste modo, uma elite cultural, académica e económica comprometida com as causas e irmanada com todos por ser uma mais-valia coletiva e um incentivo para a elevação comunitária.

Segundo Vicente, a ACV serve como referência de Cabo Verde, da caboverdianidade e da afirmação do percurso dos cabo-verdianos em Portugal desde o século XVI.  “Hoje temos de estar atentos a uma melhor integração, às dinâmicas da cidadania, à vigilância contra o racismo e a xenofobia, assim como ao diálogo com a sociedade portuguesa, que é plural e diversa” anotou. 

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A Associação Cabo-verdiana é uma instituição particular, sem fins lucrativos, que procura manter vivo no cotidiano da cidade de Lisboa um espaço de multiculturalidade onde a música, a gastronomia, os debates, as conferências, os seminários e a formação irmanam cabo-verdianos, portugueses e outros povos e culturas na sociedade portuguesa.

João do Rosário

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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