Delegacia de Saúde vai investigar carta sobre histórico de atendimento da paciente com Covid-19: Clínica Medicentro afirma que seguiu triagem protocolar
A Delegacia de Saúde de S. Vicente vai abrir um inquérito para apurar a veracidade de uma carta que anda a circular nas redes sociais e que descreve o histórico do atendimento da cidadã chinesa contaminada com o Covid-19. O Delegado de Saúde Elísio Silva já teve conhecimento da carta, que foi supostamente redigida por uma enfermeira e endereçada ao ministro da Saúde, e assegurou ao Mindelinsite que vai investigar as situações relatadas na missiva.
“Queremos realçar que só tivemos conhecimento do caso no dia 31 de março após o isolamento da paciente. Confirmamos que ela foi atendida na clínica privada Medicentro e depois encaminhada para o hospital Baptista de Sousa. De momento é tudo o que podemos adiantar”, assegurou Elísio Silva, que deverá remeter dados mais pormenorizados ao Ministro da Saúde sobre o caso.
A mensagem, que já foi partilhada por um número elevado de internautas, relata que a paciente esteve vários dias em consulta na clínica Medicentro, antes de ser encaminha para o HBS. Chegado a este estabelecimento público, foi atendida no banco de urgência, espaço onde normalmente estão outras pessoas, e depois internada no serviço de Medicina. A chinesa, prossegue a nota, passou 4 dias internada nesta área e tratada como se tivesse uma pneumonia provocada por outra agente, que não o coronavírus.
Conforme o post, perante os sintomas da paciente, uma enfermeira disse a uma médica que, para ela, tratava-se de um caso com semelhanças de alguém contaminado por Covid-19. No entanto, a médica não gostou desse comentário, pelo que ela a enfermeira tiveram um desentendimento. Na sequência disso, a enfermeira teve que ir “responder” perante a direcção do HBS, que lhe aplicou 15 dias de casa, “para ir descansar a cabeça”, já que estaria a provocar pânico no hospital.
“Depois disso, por sorte, uma outra médica resolveu levar em conta o pensamento da enfermeira e pedir um TAC”, exame que viria a mostrar que o pulmão da chinesa esta “destruído”, mas que não era sinal de cancro.
Foi a partir deste momento que, conforme o(a) autor(a) da publicação, é que a paciente foi colocada em isolamento. “Imagine-se só quantas pessoas podem ter ficado contaminadas nessa cadeia de contacto que os responsáveis esconderam, ou por incompetência não souberam diagnosticar um caso de Covid (…)”, alerta a carta aberta ao Ministro da Saúde, frisando que, se surgirem outros casos positivos em S. Vicente, o Delegado de Saúde e a direcção do HBS devem pedir demissão. Como fica evidente nessa nota, houve pessoal do HBS que esteve em contacto com a chinesa e depois foi para casa, podendo ter transportado o vírus e colocado as respectivas famílias em perigo.
Medicentro afirma que protocolo Covid-19 deu negativo por duas vezes
A paciente de origem chinesa diagnosticada com Covid-19 foi realmente atendida na clínica Medicentro por duas vezes. Como explica o Dr. Andrés Fidalgo, Director da clínica, a primeira consulta aconteceu no dia 25 de Março, tendo a paciente apresentado um quadro de tosse, febre e constipação. Imediatamente, diz o Director, a paciente foi submetida à Triagem Protocolar do Questionário para casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus, mas o resultado deu negativo. É que, conforme os dados fornecidos pela paciente e o seu marido, negaram ter viajado nos últimos 15-20 dias e que tiveram contacto com alguém vindo de fora no espaço de 15-20 dias. “Se as respostas são positivas, a paciente é logo colocada numa sala de isolamento, recebe equipamentos de protecção individual e acionamos o protocolo da Delegacia de Saúde. Neste caso, o questionário deu resultado negativo”, frisa o Dr. Andrés.
Segundo esse médico, a mulher de 56 anos foi mesmo submetida a alguns exames e a um Raio-x, exame que detectou uma broncopneumonia que apontava para origem bacteriana ou uma possível Tuberculose. Entretanto, a tuberculose foi descartada depois de dois estudos de BK, tendo a clínica passado um tratamento com antibióticos pelo período de dois dias, mediante acompanhamento. Assim, a paciente regressou no dia 27 para controlo, mas o seu quadro clínico estava pior. Concluíram na clínica que se tratava de uma pneumonia atípica e encaminharam a cidadã chinesa para o hospital, mas com as devidas medidas de protecção.
No HBS, prossegue Andrés, a paciente voltou a ser submetida ao questionário indicado para o Covid-19, que deu de novo negativo. “No hospital viram que o quadro clínico da paciente não estava a melhorar e submeteram-na a um TAC depois de 2 dias de tratamento convencional. O resultado deste exame foi sugestivo, apontava para um caso de Covid-19 ou uma tuberculose miliar. A paciente foi isolada, retiraram amostras que depois vieram confirmar a ocorrência de um caso positivo de Covid-19”, revela o Dr. Andrés, para quem o pessoal técnico do HBS agiu de forma correcta, ao seguir o protocolo cientificamente orientado pela OMS.
Para este médico, que diz conhecer muito bem a paciente e a sua família, a mulher foi sincera nos dados fornecidos durante os interrogatórios a que foi submetida. Como enfatiza, é verdade que ela e o marido não viajaram no período considerado normal de incubação, enquanto que a filha regressou a S. Vicente por altura do Carnaval. Este pediatra acrescenta que a chinesa é tradutora, mas deixou de ter contacto com os clientes vindos da China por causa do cancelamento dos voos internacionais.
Kim-Zé Brito
Ou Sr MS não necessita carta denuncia para saber que o relato na conferencia de imprensa que repassou ,NAO bate .,pelo q a pergunta e’ a quem e defende e p q ? .De Medicenter dizer q pelo questionário (seja mm da OMS) pode descartar em uma pessoa o COVID19 – em tempo de alerta MUNDIAL de PANDEMIA – e’ impensável ,a Sra tinha manifestações clinica com sintomas RESPIRATÓRIO GRAVES (FEBRE,TOSSE’,DOR no CORPO ,etc) e um RX de Torax positivo com lesões em ambas bases (!!!!!) ..Esto significa lesões nos alvéolos e HIPOXIA (COVID19) … ora bem …. não queda claro como foi o traspasso de responsabilidade da privada ao HBS . Com sintomas respiratórios foi conduzida ao B.U/HBS pq não foi considerada suspeita ,caso contrario não entraria ao B.U nem ao serviço de medicina ,alias pelo estado GRAVE q devia ter , sendo q o TAC informou pulmão destruído ela requeria da TERAPIA INTENSIVA ,mais os clínicos não reconheceram um distress respiratórios com independência do agente ( Corona Vírus)…. deus e’ GRANDE ,ela esta melhor pq não tem co-mobilidade .Os profissionais q acossaram e acusaram a enfermeira não sabiam nem identificar nem tratar Insuficiência respiratória aguda grave ! por isso essa violência e abuso de poder contra hierárquico inferior . Minha solidariedade para com o denunciante de este erro grosseiro sem resposta .
Meus caros, não desanquem na médica por causa desse seu comportamento caipira! Todo o sistema está assim! A corporação médica em CV precisa fazer um grande CLYSTER !!! Vão estudar medicina e como pessoas vocês vem com no lugar do CORAÇÃO uma CLOACA !!!
Desejos de restabelecimento à Srª e quanto à médica que mandou a enfermeira ir passar 15 dias a casa, deve passar as duas semanas de quarentena impulsiva e depois responder em tribunal por atentado à saúde pública por negligência profissional e colocação de terceiros em risco.
A Direção do HBS deveria também responder em Tribunal pela gestão danosa da imagem do HBS, pedir a profissional desculpas em público e ser indemnizada conforme os seus direitos.
Concordo com o comentário de T.L ,impecavelmente descrito no q se refere ao ato de atendimento dos profissionais … o COVID19 e’ crises sanitária MORAL que vai expor as fragilidade da saude em termos de infra-estrutura e RH .