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Graça acusa “dupla” Neves/Fonseca de enganar mindelenses com hotel: “Isto, sim, é covardia de um servidor público”

O presidente da comissão política do PAICV em S. Vicente acusou esta manhã o edil Augusto Neves e o empresário Fonseca e Santos de terem enganado os munícipes mindelenses ao transformarem o projecto da galeria comercial na “Pracinha dos Namorados” no Hotel Cruzeiros. Segundo Alcides Graça, tomou conhecimento oficial desse facto no acto central do dia do município de S. Vicente e sentiu-se indignado e enganado com essa revelação feita pelo próprio autarca Augusto Neves.

“O projecto aprovado e tornado público pelo Município era uma galeria. Segundo o empresário promotor do mesmo ‘na extremidade que dá para a Avenida Marginal ficará uma geladaria e, no local onde está a praça, será erguida uma esplanada’”, recordou Alcides Graça, lembrando ainda que Fonseca e Santos assegurou que não era sua intenção construir um edifício clássico com vários pisos de concreto.

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A verdade, realçou em conferência de imprensa, é que aconteceu exactamente o contrário e não se sabe quando a galeria deu lugar a esse hotel de três pisos e 70 quartos. “Quero deixar claro que não está em causa o projecto; que ninguém duvide que o PAICV quer hotéis e mais quartos em S. Vicente para alavancar o turismo nesta ilha. O que está em causa é este comportamento eticamente reprovável levado a cabo pela dupla Presidente da Câmara e o promotor do projecto. Anunciam e aprovam um projecto, mas executam outro completamente diferente, enganando ostensivamente os munícipes de S. Vicente”, enfatiza Graça, para quem o autarca e o empresário mentiram aos mindelenses.

Placa informativa da obra

“Isto, sim, é covardia de um servidor público, que não tem coragem de admitir o projecto que sempre esteve em cima da mesa. Simula a aprovação de uma galeria para enganar o povo e aprova a construção de um hotel de três pisos, sem esplanada e sem geladaria públicas”, critica o responsável do PAICV no Mindelo.

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Já antevendo a resposta de Augusto Neves, adianta que certamente o edil da CMSV vai partir, de novo, para a ignorância, “como é o seu estilo” para desviar a atenção daquilo que realmente interessa. Segundo Graça, o autarca mindelense tornou-se especialista na “táctica” de agredir e atacar verbalmente para esconder a verdade, “sem qualquer respeito pela oposição democrática, coisa que ele nunca compreendeu”. “Como se costuma dizer: ‘burro velho nunca aprende línguas’”, ironiza Graça, assegurando que Augusto Neves não o intimida e nem se vai inibir de criticar a Câmara de S. Vicente quando tiver motivos para tal.

Aproveitando a presença da comunicação social, Alcides Graça incitou os jornalistas a perguntar ao autarca de S. Vicente quando o projecto foi transformado em hotel e quanto é que o Município da ilha recebeu em troca da cedência de uma praça a “empresário amigo”. “Porque ninguém acredita que o empresário vem pagando 50 mil escudos por mês em cedência de direito de superfície desde 2000, o que perfaz 11.400 contos”, faz as contas, ao mesmo tempo que desafia a “dupla” a provar, com recibos, a entrada nos cofres da CMSV desse montante.

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Este, enfatiza Graça, é o segundo grande negócio que o Presidente da CMSV faz com o empresário, sem acautelar devidamente os interesses do município. Como relembra, foi Fonseca e Santos que recebeu a Academia Carlos Alhinho em troca do Campo de Basket. “Um negócio da China, que já ninguém fala.”

Segunda “simulação”

Prosseguindo com a sua denúncia, Graça afirma que não é a primeira vez que Augusto Neves simula a aprovação de um projecto e executa outro. É o caso, concretiza, do Hotel Maria do Carmo, em construção na Avenida Marginal, que inicialmente tinha três pisos, mas durante a execução passou para quatro. Neste caso, sublinha, o projecto inicial foi aprovado pela Assembleia Municipal, mas este órgão não foi informado da alteração.

Perguntado para explicar onde o processo está a falhar, Graça responde que o problema está no “branqueamento” do próprio edil Augusto Neves, que, além de presidir a Câmara, é o vereador do Pelouro do Urbanismo. Logo, os projectos têm de passar pelo seu crivo.

Mediante a denúncia pública feita, Alcides Graça acha que a presidente da Assembleia Municipal de S. Vicente, Fernanda Vieira, tem de actuar, apurar o que se passa e embargar as obras, até porque tomou conhecimento do facto também no dia 22 de janeiro. Porém, está convicto que isso não irá acontecer dada a dependência que a Assembleia Municipal tem do poder executivo autárquico.

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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9 Comentários

  1. Neves, que é um fraco, “fraquíssimo”, consegue no entanto, ser “assustador”.
    Como conseguiu singrar dentro do MPD, a ponto de ter sido equacionado para candidato à presidência da câmara de S.Vicente?
    Isso assusta qualquer um!!!

  2. ESTE PAÍS PRECISA DE JORNALISTAS COMO OS PORTUGUESES QUE DERAM AO MUNDO TODA A CORRUPÇÃO DA ISABEL DOS SANTOS PREJUDICANDO GRANDEMENTE OS ANGOLANOS MAIS POBRES. EM CABO VERE HÁ MUITOS CASOS DO ENVOLVIMENTO DE POLITICOS NA CORRUPÇÃO MAS NINGUEM DIZ NADA PORQUE TANTO O PAICV COMO MPD TÊM CULPA NO CARTÓRIO, QUEM PAGA É O ZÉ POVINHO SEM DINHER PARA COMPRAR MEDICAMENTOS.
    HÁ MUITOS CASOS DE CABO VERDE LEAKS NO PAÍS É SÓ INVESTIGAR. MAS QUEM INVESTIGA ESTÁ SOB OS NARIZES DO PODER POLITICO.

  3. O Presidente da Câmara Municipal de São Vicente, sem qualquer pudor, vem atropelando a lei para sacrificar os interesses coletivos a favor de interesses privados com a cumplicidade dos outros órgãos municipais. Quando os Munícipes acordarem será tarde! Vejamos:
    Artº 241 da Constituição: o pessoal da Administração Pública e os demais agentes do Estado e de outras entidades públicas estão exclusivamente ao serviço do interesse público definido pelos órgãos competentes, devendo no exercício das suas funções, agir com especial respeito pelos princípios de justiça, isenção e de igualdade de tratamento de todos os utentes, nos termos da lei.
    Artº 16º dos Estatutos dos Municípios: Os Órgãos e serviços municipais devem atuar e organizar com transparência perante a comunidade e os munícipes. Artº 18º do mesmo Estatuto: Os órgãos municipais devem atuar em obediência à Constituição, aos preceitos e regulamentares e aos princípios gerais do direito, dentro dos limites dos poderes que lhes sejam atribuídos e em conformidade com os fins para que os mesmos poderes lhes sejam conferidos.

  4. E um “doutor que nunca viu um livro, é um burro”…decresce (se ainda for possível e desaparece) (des) Peido (óh! Pedro)

  5. Tenham vergonha e deixam sao vicente desenvolver. Ha muita gente q nao esta interessada no desenvolvimento de sao vicente. Queremos projetos sim! Postos de trabalho e desenvolvimento.

  6. Alcides Graça tem memoria curta. O irmao dele o Albertino Graça fez a reitoria da Unimindelo de seis pisos no terreno onde era um parqueamento de automoveis.
    Este homem deveria ter vergonha.

  7. O problema é que agora todo o mundo sabe o que é património.
    Aliás, agora, todo o mundo sabe de tudo e por isso, não têm cuidado nem na maneira como dão uma opinião (que têm direito é claro).
    Mas se a gente perguntar-lhes onde é que eles estudaram sobre património, a resposta vai ser:

    “Como? É preciso estudar para saber o que é e para que serve o património? Eu não sabia disso? Também! Agora inventam cada coisa!? Imagina! Estudar sobre o património!! Onde já se viu isso???”

    Por exemplo, uma bocado de terra batida fruto dum velho edifício demolido e que as pessoas aproveitam para estacionar as suas viaturas, para algumas pessoas, é um património onde não se deve construir, nem mesmo uma reitoria duma universidade.
    Haja espertos!!!!

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