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Mindelo: Ponte de madeira de Rotchinha foi destruída e representa elevado perigo para os frequentadores do miradouro

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A ponte de madeira instalada no miradouro de Rotchinha foi destruída e representa agora um autêntico atentado à segurança dos frequentadores desse parque. Um passo em falso pode provocar um acidente com graves consequências, principalmente às crianças. Como constatou a reportagem do Mindelinsite, várias tábuas do piso estão completamente quebradas, assim como o corrimão. Por outras palavras, ninguém deveria arriscar atravessar essa liga sob pena de ser engolido pelos buracos e sofrer uma queda de alguns metros de altura.

Moradores dessa zona acreditam que o colapso dessa fonte foi provocado por carros e motos. As vigas acabaram por ceder ao peso desses veículos, apesar da resistência da madeira. “Essa ponte foi destruída de propósito. Cheguei a ouvir a madeira a ranger sob a pressão dos carros”, relata Ariana Fortes, que mora mesmo em frente ao parque. Alerta que a estrutura representa agora um perigo enorme para as pessoas que costumam praticar o seu desporto ou fazer caminhadas nas pistas asfaltadas desse monte.

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O risco aumenta à noite, diz, por falta de iluminação. Como recorda, todos os postes e lâmpadas colocadas durante a construção desse parque em 2008 foram roubados nos dias subsequentes à inauguração. Alguns desses actos de vandalismo, salienta, foram cometidos à tardinha.

Nem todos os frequentadores do local sabem do estado da ponte. É o caso de Carlos Piedade, que a nossa reportagem encontrou dando um passeio por esse miradouro. “Sou da cidade da Praia e costumo vir apreciar a paisagem e o por-do-sol deste monte sempre que venho à cidade do Mindelo a serviço. Este é um espaço que me transmite serenidade e um ponto que nos dá um panorama abrangente da cidade. Mas constato que o piso está um bocado degradado e as plantas ressequidas”, diz esse visitante, que não escondeu a sua apreensão ao ver o estado da ponte.

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A ponte é um retrato do nível de abandono desse miradouro natural, que foi equipado em 2008 com pistas asfaltadas e candeeiros, durante a presidência da autarca Isaura Gomes. O espaço foi mais tarde ornamentado com plantas, no âmbito de um projecto financiado pela FAO, mas viria a entrar num processo de colapso, com a destruição dos postes de iluminação, do piso, da ponte de madeira e das plantas.

“É um privilégio termos um miradouro como este na nossa cidade. Eu costumava ir apanhar ar fresco no topo e ficar a apreciar a vista, mas hoje é muito perigoso ir sozinho e à noite. Corro o risco de encontrar dois ou três gatunos e ficar sem os meus pertences”, comenta Inácio Rocha, morador da zona do Monte.

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Rotchinha, na sua perspectiva, deixou de ser um local de prazer para se tornar numa zona de alerta vermelho. Tanto devido a possibilidade de ocorrer assaltos, mas também pelo risco que o próprio local apresenta por causa da existência de um precipício. Alerta que deveria haver uma barreira física acompanha de uma placa de aviso do perigo visto que o local continua a ser bastante frequentado, inclusivo por turistas. Além disso, centenas de pessoas costumam ir apreciar dali o fogo-de-artifício sobre a cidade do Mindelo na noite de S. Silvestre.

Outras duas moradoras dessa área frisam que o monte foi transformado numa casa-de-banho a céu aberto e ponto de consumo de drogas e prostituição. Relatam que bolsas de lixo são atiradas para o descampado e que costumam testemunhar o encontro de casais por essas bandas.

“A prostituição é muito clara por estes lados. Escutamos tudo a meio da noite”, diz uma delas, sob anonimato. Acrescenta que animais vivos, como cães e gatos, são sistematicamente abandonados nesse monte.

Para as nossas fontes, Rotchinha não merece esse castigo. Esse espaço, dizem, precisa ser alvo de uma profunda requalificação e protegido por guardas municipais.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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