Ataques informáticos com uso do programa “Ransomware” renderam aos criminosos mais de mil milhões de euros em 2023, na sua maioria empresas dos sectores da construção civil, tecnologias de informação, educação e saúde. Conforme reportagem publicada pela Dn.pt, as vítimas pagaram resgates que ultrapassaram os 1,1 milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros), conforme dados apurados por uma empresa especializada em transações de criptomoedas.
O total pago no ano passado, diz a notícia, mais que duplicou comparado com o valor de 456,8 milhões de dólares (cerca de 424 milhões de euros) registado em 2022, de acordo com o mais recente estudo da Chainalysis. A questão é que esse programa informático explora vulnerabilidades de segurança em empresas e indivíduos e os utilizadores acabam por ameaça-los com a destruição dos seus dados ou provocar o bloqueio aos mesmos se não pagarem valores exorbitantes.
Os ataques com “ransomware” são uma das principais ameaças em termos de cibersegurança no mundo, conforme disse Todd Carroll, vice-presidente da Cybelangel. O relatório desta start-up francesa estimou que uma empresa atacada regista, em média, uma perda de 1,82 milhões de dólares, valor que sobe para 2,6 milhões de dólares com o pagamento de um resgate.
Em 2023, a CybelAngel identificou 62 grupos de piratas informáticos envolvidos em mais de cinco mil ataques com ‘ransomware’, na maioria a operar em pequenos grupos, de uma dezena de membros, na Rússia, na China, na Europa de Leste ou no Médio Oriente. O relatório mencionou ainda o desenvolvimento do modelo de programação a pedido, que permite aos criadores de ‘ransomware’ disponibilizar estes programas maliciosos a outros piratas que levam a cabo os ataques, cujo resgate é depois partilhado.
Todd Carroll sublinhou que no ano passado houve um aumento de 40% nos pedidos de resgate. E “ainda estamos longe de atingir o pico”, alertou.
A principal razão para este aumento é que as empresas estão dispostas a pagar, segundo Carroll.
C/Dn.pt