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Vigilantes preparam manifestação para exigir implementação da nova grelha salarial

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Os vigilantes estão a preparar uma manifestação em larga escala na quinta-feira, 24, para denunciar o incumprimento do Preço Indiciativo de Referência (PIR), documento de referência em forma de lei que estabelece uma nova grelha salarial e a mudança da categoria profissional. O próximo passo, avisa o presidente do Siacsa, Gilberto Lima,, será a entrega no tribunal de um processo por incumprimento da lei, sendo que um dos maiores incumpridores é o Governo, nesta altura o maior empregador de vigilantes, e também algumas empresas privadas.

“Apenas algumas poucas empresas cumpriram o PIR. Estou a falar em cerca de 30% das empresas que recorrem aos serviços dos vigilantes. Estamos conscientes de que algumas estão a enfrentar dificuldades enormes para fazer face a nova grelha salarial e mudar a categoria profissional dos trabalhadores com requisitos para o efeito. Mas está na lei e é para ser cumprido”, afirma o presidente do SIACSA, esclarecendo que, neste sentido, ao invés da greve, optaram por fazer uma manifestação, sobretudo por conta das implicações nos “bolsos” já debilitados dos vigilantes.

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“Os nossos vigilantes estão a enfrentar sérias dificuldades financeiras e, cada vez que fazemos uma greve, a sua situação complica-se ainda mais. Por isso, estamos a convidar os nossos associados em todas as ilhas para esta manifestação, sobretudo nesta altura em que também queremos evitar a aglomeração. A manifestação permite manter o distanciamento exigido por lei”, pontua Gilberto Lima, advertindo que, o próximo passo, será a entrega de um processo no tribunal por incumprimento contra o Governo de Cabo Verde e as empresas.

No caso, refere, o Governo é o maior empregador de vigilantes no país, mas as empresas também não estão a respeitar esta lei, que foi publicada em 2018 e fixava um prazo de seis meses para a sua execução. “A par do PIR, foi aprovado uma resolução que obrigava as empresas, mesmo não estando associadas na Associação Nacional das Empresas Privadas (ANESP), a pagar o PIR. Paralelamente fizemos alteração aos Estatutos no que tange ao Acordo Colectivo de Trabalho, revisto em 2017. Mesmo assim, optaram por não cumprir.”

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Sobre este particular, Lima louva as “poucas empresas” que, diz, resolveram respeitar a nova grelha salarial. Pede, no entanto, que seja fixada uma data certa para se aplicar o PIR, realçando que o seu impacto para os vigilantes é significativo, porquanto aumenta os salários mínimos de 15 para 17 mil escudos, sendo que nas ilhas do Sal e Boa Vista este reajuste chega a 26 mil escudos. Para além disso, prevê mudança de categoria, o que permite aos vigilantes com ter 4/5 mudanças, elevando assim o ser rendimento mensal de 15 mil para 28 mil escudos.

O dirigente sindical apela à uma adesão em massa dos vigilantes à manifestação e convida os demais sindicatos a unirem ao Siacsa nesta luta para que o impacto seja maior. Aproveita ainda criticar um sindicato que, afirma, decidiu agendar uma greve solitária, o que, a seu ver, ao invés de ajudar só vai aumentar os problemas dos vigilantes. Em São Vicente, refira-se, a concentração dos vigilantes para a manifestação será na Praça Dom Luís.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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