Ulisses Correia e Silva posicionou-se ontem contra o uso de medidas extremas no combate aos casos de pedofilia, nomeadamente o recurso à castração química e física dos culpados, como defendeu o psicólogo Jacob Vicente em entrevista à RTC e os mentores de uma petição neste sentido lançada na internet. O Primeiro-ministro lembrou que Cabo Verde respeita os direitos humanos e vincou que não se pode combater crimes de género e sexuais com extremos.
“Assim como nós não temos pena de morte, apesar de haver algumas situações de crime, não iremos para extremos”, enfatizou o Chefe do Governo, para quem há outras formas de se agir nesses casos. Uma delas, enfatizou, é a tolerância zero contra a pedofilia e os crimes VBG. A seu ver há ainda um caminho a ser percorrido, mas dentro do quadro da normalidade.
O chefe do Governo falava à imprensa, no âmbito do lançamento da campanha de vacinação contra a COVID-19 para crianças e adolescentes dos 12 aos 17 anos, e em resposta a pedidos para a castração química ou física dos pedófilos e violadores.
Mais uma petição foi lançada esta semana na Internet pedindo a medida extrema para os praticantes de crimes sexuais contra crianças, cujos casos têm sido noticiados com frequência. Também esta semana o psicólogo Jacob Vicente defendeu a alteração da moldura penal, permitindo a castração química ou física, como forma de inibir os praticantes deste tipo de crime.