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Suspeito do assassinato de “Tó” absolvido por falta de provas

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O suspeito do assassinato de “Dilton Fortes”, mais conhecido por Tó, ocorrido em Agosto de 2019, foi absolvido pelo Tribunal de S. Vicente por falta de provas. A arma de onde partiram os dois disparos que tiraram a vida ao malogrado, dentro da sua viatura na rotunda de Fonte Francês, nunca foi encontrada. Adilson, que se encontrava em prisão preventiva, foi entretanto condenado por dois crimes de disparo de armas e seis meses de reclusão, suspensos por um período de dois anos. 

De acordo com o advogado Armindo Gomes, Adilson foi ainda absolvido do crime de condução sem habilitação. Os outros dois arguidos, Zé Mendonça e Ailton Tavares, foram condenados por penas leves. O primeiro por condução sem carta, pelo que terá de pagar uma multa de cinco mil escudos, ou seja, 50 dias à razão de 100 escudos/dia, e o segundo pelo crime de consumo de droga. Correia foi, no entanto, absolvido do delito de tráfico, pelo que vai pagar uma multa de dois mil escudos, que corresponde a 20 dias à razão de 100 escudos/dia.

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“Foi uma sentença extremamente favorável para nós. Os arguidos foram condenados pelos crimes que confessaram, sendo que, em relação ao mais gravoso, que seria homicídio, Adilson foi absolvido. Estamos satisfeitos”, declarou Gomes. Por isso, a Defesa garante que não vai recorrer da decisão do juiz, mas admite que o Ministério Publico e o advogado constituído pelos familiares de Dilton podem recorrer, até porque o caso admite recurso para Relação e Supremo Tribunal.  

“Estamos totalmente satisfeitos. Correu tudo na medida daquilo que desejávamos. Há um óbito a lamentar, mas as autoridades vão ter de prosseguir com a investigação porque a arma do crime não foi encontrada. Também nenhuma testemunha confirmou ter visto o Adilson atirar contra ‘Tó’. Na nossa percepção, havia questões pre-concebidas porque Adilton tinha efectuado dois disparos no bar Gruta, consequentemente seria ele o autor dos disparou que vitimaram Tó”, acrescenta Gomes, lembrando que o Tribunal funciona com provas. 

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Neste caso, diz o causídico, há uma morte a lamentar, mas a Justiça Penal é complexa e existe um principio que diz que mais vale absolver um autor de um crime do que condenar um inocente, ou seja, “In dubio pro reo”. Isto porque, frisa, o réu deve ser sempre privilegiado. “Acredito que vão ser retomadas as investigações porque todo o crime deve ser punido. Se não foi Adilson, foi alguém. O processo ainda está em tramitação e ainda podem aparecer factos novos, pelo que é importante continuar a investigação, até porque este admite recurso tanto para o Tribunal de Relação como para o Supremo”, reforça. 

Já o advogado dos pais de Dilton Fortes absteve-se de pronunciar sobre este caso, direccionando Mindelinsite para o tribunal. Questionado se pretende recorrer da sentença, este limitou a dizer que vai depender da família. 

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Este foi um julgamento célere por se tratar de um caso de arguido preso. Proferido a sentença, Adilson poderá ser solto ainda hoje. Dilton Fortes, 34 anos de idade, foi encontrado morto na madrugada do dia 5 de Agosto, em Fonte Frances, vitima de dois disparos de arma de fogo. Um dos projecteis terá atingido a vitima no abdómen. As autoridades encontraram uma arma de fogo dentro da viatura da vitima, que horas antes este tinha envolvido em confronto com Adilson no bar Gruta, tendo este último efectuado dois disparos para o chão. Por isso, este se transformou no principal suspeito do homicídio.

Dez meses depois, o 1° Juízo Crime do Tribunal de S. Vicente absolveu Adilson do crime de homicídio por falta de provas. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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