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Sete sindicatos anunciam greve dos profissionais da saúde de 72 horas em todas as ilhas

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O atendimento no sector da saúde pode sofrer uma forte paralisação em Cabo Verde se os funcionários afectos à tutela concretizarem a ameaça de greve de 72 horas nas ilhas de S. Vicente, Santo Antão, S. Nicolau, Sal, Boa Vista, Santiago, Maio, Brava e Fogo. Conforme o anúncio de sete sindicatos, médicos, enfermeiros e outros profissionais de todos os departamentos do Ministério da Saúde decidiram fazer uma greve de 15 a 17 deste mês.

“A greve terá início às 08 horas do dia 15 de novembro, quarta-feira, e término às oito horas de manhã do dia 18 de novembro, sábado, afetará todos os departamentos e serviços de saúde nas Ilhas supracitadas e abrange todas as classes profissionais que exercem funções nas estruturas de saúde das referidas ilhas”, comunicaram ontem sete sindicatos, em conferência de imprensa realizada na cidade do Mindelo.

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Segundo Luís Fortes, há ainda a esperança de ocorrer uma negociação, embora tenha havido um encontro com o Ministério da Saúde cujos resultados não atenderam as reivindicações dos funcionários. “Não houve comprometimento da parte do ministério. Mas agora, com o pré-aviso de greve, achamos que o ministério tomará esta questão mais a sério e poderá criar condições para atender as reivindicações”, frisouesse dirigente sindical.

Na sua perspectiva, o cancelamento do aviso de greve vai depender fundamentalmente de uma mudança radical na postura da ministra da Saúde em relação aos sindicatos e aos trabalhadores. Fortes lembra que as representações sindicais chegaram a solicitar um encontro com Filomena Gonçalves desde janeiro deste ano e só foram recebidos no dia 25 de outubro. Para ele, esta atitude demonstra o nível de consideração que a governante tem para com os funcionários da área da saúde. E nessa reunião, prossegue, Filomena Gonçalves pareceu assumir compromissos para depois recuar, um comportamento que, a seu ver, não abona a favor da sua credibilidade.

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São 11 os pontos reivindicados pelos profissionais da saúde, que exigem uma revisão do salário base de acordo com a especificidade do serviço prestado, aumento das remunerações das horas extras, a criação de um subsídio de risco, a revisão da tabela salarial da carreira médica, a implementação do descanso semanal para o pessoal em regime de turno como manda a lei; os trabalhadores querem ainda a revisão da tabela salarial da carreira de enfermagem e sua regulamentação, que seja criada a carreira dos Técnicos de Saúde, Gestão e Sistema e que seja publicado o plano de cargos, carreira e salários do INSP com efeito a partir de 2024.

Alguma dessas exigências foram comunicadas em 2018 e os sindicatos querem que sejam implementadas pelo Governo em 2024, impreterivelmente. É que os trabalhadores estão dispostos a manter a luta e atingir os seus objectivos, que passam pela própria sustentabilidade do sistema de saúde em Cabo Verde. É que, dizem, este sistema está a beira do colapso.

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O Ministério da Saúde emprega milhares de pessoas, conforme dados avançados ontem na conferência de imprensa conjunta dos sindicatos Sintap, Sintcap, Sltsa, Siscap, Sicotap, Sinmedcv e Sindef, organizações que representam trabalhadores da administração pública e médicos sediadas em S. Vicente, Sal, Santo Antão, Santiago e S. Nicolau.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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