O ministério da Educação vai assegurar a partir deste ano lectivo o ensino gratuito aos alunos até o 10° ano de escolaridade e, por outro lado, a Escola industrial e Comercial do Mindelo passa a estar credenciada para formação profissional. No fundo, estas são as duas grandes novidades anunciadas esta manhã na abertura do ano lectivo em S. Vicente pela Delegação Escolar, fase que arranca em todo o país na próxima segunda-feira. Conforme a delegação do ME na cidade do Mindelo, o ensino vai envolver este ano 1050 professores e cerca de 15 mil alunos na ilha do Porto Grande.
Na sua intervenção, perante uma plateia constituída maioritariamente por professores, a delegada Maria Helena assegurou que as refeições quentes, a partir deste ano, abrangem também os alunos do sétimo e oitavo ano. Seguindo a tendência de todos os anos, o Ministério de educação lança novos cadernos experimentais, destinados às turmas do 3° e 7° ano de escolaridade.
“No terceiro ano serão introduzidos cadernos experimentais nas disciplinas de Ciências Integradas e Língua Portuguesa e mantem-se o manual de Matemática. No sétimo ano serão introduzidos cadernos experimentais nas disciplinas de Ciências da Terra e da Vida, Frances e Inglês, dando continuidade a implementação da nova matriz curricular e consolidação das abordagens do 5° e 6 ano de escolaridade”, acrescenta a delegada. Os 42 manuais e 3 cadernos experimentais que irão fazer parte da ação social escolar, prossegue, serão comercializados nas agências dos Correios de Cabo Verde, além das livrarias.
Um dos grandes problemas que há anos vem sendo exposto na comunicação social é a situação das cozinheiras das escola. Em relação a este aspecto, Maria Helena garante que o governo está a fazer de tudo para melhorar as suas vidas. Assim sendo, assegura que haverá aumento salarial para as cozinheiras e os guardas e que o setor que delega terá as responsabilidades com o pessoal operacional das instituições de ensino, que antes estavam a cargo do orçamento privativo das escolas.
Este ano uma nova campanha dará mais voz aos alunos e à comunidade educativa no geral. A campanha denominada “+prevencão – improviso” e tem o propósito de, através de uma equipa, ouvir as preocupações dos alunos e suas histórias.
Nilza Monteiro, representante dos pais e encarregados de educação, por sua vez, pediu aos tutores dos alunos uma maior proximidade com as escolas de forma a ajudarem a melhorar o desempenho das crianças e dos jovens. “Não devem deixar apenas para a escola a educação dos filhos. Apelamos que nos contactem para qualquer assunto, como na ajuda alimentar, de materiais escolares, casos de bullying que não conseguem resolver em casa, depressão na criança, que é algo recorrente e que infelizmente aumenta a infelicidade, influencia a motivação e o abandono escolar”, enumera Monteiro.
Ao mesmo tempo, esta porta-voz pede o inverso das escolas para que possam trabalhar juntos. Esta associação espera contar com a participação ativa e financeira do Ministério da Educação e pede para que os casos de surtos de doenças, como de diarreia e vômitos, despertem a sensibilidade para outros e mais cuidados de higiene e prevenção.
A Câmara Municipal e o Ministério da Educação asseguram que irão continuar a garantir o transporte de alunos das localidades afastadas na ilha, bem como apoio no pagamento das propinas aos alunos das famílias mais desfavoráveis. O autarca Augusto Neves recorda que a Câmara Municipal tem sobre si a responsabilidade de 8 jardins infantis públicos no Lazareto, Ribeira d´Vinha, São Pedro e Salamansa e outros quatro dentro da cidade. Este autarca sublinha que a educação é a prioridade da sua gestão e que hoje a autarquia irá entregar mais de 900 kits escolares a alunos de famílias carenciadas.
Alguns professores e alunos puderam demostrar durante a cerimónia os seus talentos nos domínios do teatro, dança e canto. O ministério da Educação inseriu ainda no programa a distinção de alguns profissionais que ao longo dos anos deram o seu contributo ao ensino.
Sidneia Newton (Estagiária)
