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Liceu Ludjero Lima avisa que portas passam a ser fechadas após sino de tolerância e alunos são barrados à entrada

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Um pequeno grupo de alunos do oitavo ano de escolaridade foi ontem à tarde barrado à entrada do Liceu Ludjero Lima por, alegadamente, terem chegado à escola com menos de dez minutos de atraso. Uma mãe contactou o Mindelnsite para relatar esse facto e enviou fotos a comprovar a situação. Segundo a mesma, foi levar a filha e mais dois colegas ao liceu, chegou por volta das duas e sete minutos, mas, para seu espanto, os alunos foram impedidos de entrar.

Após alguma insistência, diz, foi permitido a um dos estudantes entrar porque tinha um teste a essa hora. “Entendo que os alunos devam cumprir o horário, mas todos sabemos que há imprevistos que podem provocar o atraso. Agora, o liceu não pode ser tão intransigente. Estamos aqui a falar de alunos que chegaram com cinco-sete minutos de atraso”, comenta a educadora.

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Esta medida foi comunicada à comunidade estudantil através de um aviso, na qual a direçao do Liceu informa aos professores e alunos que a partir do dia 17 de outubro as portas da escola secundária passariam a ser fechadas após o toque de tolerância. A nota especifica que isso passa a acontecer às 07:35 da manhã e às 14 horas e cinco minutos no período da tarde.

“Esta medida visa reforçar a importância do cumprimento dos horários, garantir as horas lectivas na sua plenitude, assim como promover o bom andamento das actividades escolares. De realçar que faz parte do aprendizado da criança e do adolescente cumprirem os horários, a fim de se tornarem cidadãos conscientes de suas responsabilidades”, acrescenta a circular assinada pelo director da escola no dia 13 de outubro.

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Abordado pelo Mindelinsite esta manhã, o director do estabelecimento diz estranhar a reação dessa mãe porquanto essa informação é do conhecimento dos pais faz algum tempo e visa tão-somente disciplinar o funcionamento da escola e a responsabilização dos próprios alunos. Isidoro Costa explica que foi emitida uma primeira nota no dia 29 de setembro sobre a obrigatoriedade do uso do uniforme e o impedimento de entrada no liceu após o sino de tolerância. Entretanto, diz, a escola acabou por estender o prazo sobre as fardas até 14 de outubro e deu alguma tolerância em relação ao atraso. “Logo no arranque do ano lectivo, na semana cívica, demos linhas orientadoras sobre as regras. Inclusive no dia 8 de outubro fizemos uma reunião alargada com a presença dos professores e encarregados de educação e que foi bastante concorrida. Portanto, os pais sabiam das medidas e muitas até concordaram com as mesmas”, revela o responsável do LLL, acrescentando que a medida sobre o encerramento das portas passou a ser aplicada com mais rigor. E deixa claro que a direção não vai recuar porque essa medida visa normalizar o funcionamento da escola e o próprio comportamento dos estudantes. Acrescenta ainda que ela não é exclusiva do referido liceu.

Alunos com excesso de faltas

O referido caso surge dias depois de o director do Liceu Ludjero Lima ter concedido uma entrevista ao Mindelinsite com o intuito de apelar aos pais e encarregados de educação para estarem mais atentos às faltas dadas pelos estudantes, principalmente os do sétimo e oitavo ano. Na conversa, Isidoro Costa pede inclusivamente a ajuda da imprensa para se combater esse fenómeno. “É preciso apelar à responsabilização dos pais porque há alunos que saem de casa para as aulas, mas não chegam à escola. E quando chegam, não assistem as aulas”, revela o director.

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Segundo Isidoro Costa, muitos desses adolescentes assumem esse comportamento sem temerem as consequências ou por não terem a consciência das mesmas. Acrescenta que, se os educadores e a própria escola não tomarem medidas, e serem a “consciência” desses alunos, a situação vai ficar ainda mais complicada. “Não estamos aqui apenas para ensinar disciplinas. Temos também a obrigação de passar princípios aos estudantes.”

O caso é tão alarmante, segundo Isidoro Costa, que já houve casos em que alunos ultrapassaram a centena de faltas. E, por incrível que pareça, não perderam o ano por falta, devido ao princípio do ensino obrigatório. Uma questão que, conforme enfatiza, ultrapassa a administração da escola e sobe para a competência do próprio Ministério da Educação.

O director assume que o problema tem mais incidência nas turmas do sétimo e do oitavo ano. Já nos outros níveis, diz, os alunos têm outra consciência dos limites das faltas que podem dar consoante as aulas semanais por disciplina.

Isidoro Costa pede um maior envolvimento dos pais e encarregados de educação, mas reconhece que há situações de difícil gestão. Por exemplo, quando os alunos vivem com os avós ou dependem exclusivamente de uma mãe que trabalha…

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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