O Hospital Baptistas de Sousa, em São Vicente, realizou nas duas últimas semanas, um total de 184 intervenções cirúrgicas para a retirada de cataratas, em parceria com a ONG Charaties Vision, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esta ong esteve em Cabo Verde com o propósito de ajudar o hospital a dar vasão a grande lista de espera para operações oftalmológicas que, no momento, ronda as quatrocentos pessoas.
“Temos uma lista enorme, portanto a intervenção desta equipa foi uma grande ajuda”, adiantou a médica Karina Mascarenhas, para quem, a importância maior é quando os pacientes abrem os olhos e agradecer por ter de volta a sua visão. “São pessoas com anos sem poder ver. Há dias uma senhora nos disse que até então precisava da ajuda de alguém para fazer tudo, ir a casa de banho, comer, etc. Hoje ela já consegue fazer as coisas sozinha”, conta.
Para Rond Snow, representante da Charaties Vision, foi uma experiência gratificante, da qual leva a palavra “obrigado”, que foi a que mais ouviu durantes esta missão. “Há muitas pessoas pelo mundo fazendo o que estamos aqui a fazer aqui, que é ajudar as pessoas. Tentar eliminar a cegueira desnecessária em África, América do Sul e outras partes do mundo”, explica.
Foram duas semanas intensas de intervenções, sendo a primeira dedicada aos pacientes de São Vicente e a segunda para pessoas de Santo Antão e São Nicolau. O hospital conta ainda com a colaboração das Forças Armadas, que disponibiliza uma médica para ajudar na campanha, conforme Karina Mascarenhas.
Trata-se, na verdade de um projecto maior, mas o hospital está ainda em negociações para a formação de uma equipa maior, com oftalmologistas de todos os hospitais de Cabo Verde, com forma de dar resposta a lista de espera existente.
Esta parceria internacional conta com o financiamento das ONGs LDS Charities, que patrocina equipamentos e consumíveis para cinco anos e a Charities Vision, que disponibiliza os médicos. A missão no HBS terminou ontem, quinta-feira, por volta das 17h e hoje a equipa se descolaria para a ilha do Sal, onde farão mais intervenções.
Natalina Andrade (Estagiária)