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GDTR suspende licenças de transporte turístico em SV: Indignados, proprietários afirmam que a medida é resultado da pressão dos taxistas

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Um grupo de proprietários de transportes turísticos está indignado com a decisão da Direcção-Geral dos Transportes Rodoviários de suspender em S. Vicente a atribuição de licenças para poderem exercer a actividade de forma legal. Estes afirmam que conseguiram financiamento bancário com a garantia que teriam a devida permissão, mas foram surpreendidos com a medida. Agora, dizem, correm o risco de perder as viaturas de cabine dupla, se não trabalharem e arranjarem como assumir os compromissos mensais com a banca.   

Segundo Danilson Soares, Emerson Cardoso e Ariano Delgado, vivem uma situação difícil, que ficou ainda mais complicada porque a Polícia de Trânsito não lhes tem dado trégua. É que, mesmo sem a licença, decidiram trabalhar e agora, dizem, são “perseguidos” pelos agentes da PN. “Começamos a trabalhar sem a licença porque precisamos pagar ao banco e porque fomos convencidos que teríamos a licença assim que conseguíssemos comprar um carro. Só que já não estamos a poder trabalhar porque a PN está com marcação cerrada e aplica-nos multas quase todos os dias”, afirma Danilson Soares, especificando que as multas oscilam entre os 40 e 60 mil escudos.

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Esta informação foi confirmada pelos dois colegas deste ex-taxista, que, asseguram, têm estado em conctacto com a DGTR, mas até agora ninguém lhes disse por que razão foi suspensa a atribuição das licenças, apenas na ilha de S. Vicente. Sabem simplesmente que foi uma indicação superior emanada da cidade da Praia.

No entanto, Ariano Delgado vai mais longe e afirma que a medida foi tomada por pressão da Associação dos Taxistas de S. Vicente e dos proprietários de táxis. “São eles que também andam a colocar o Trânsito no nosso encalce. Quando nos veem a trabalhar, telefonam para a PN e até fazem fotografias. Entretanto, os táxis andam também a prestar serviço no sector do turismo e não querem ser incomodados”, revela Delgado, corroborado pelos colegas.

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Os três afirmam que são alvos dos taxistas porque adquiriram viaturas pick up novas, com ar condicionado, que lhes permitem oferecer um serviço de melhor qualidade que os táxis. Com esses carros, frisam, podem ainda circular por qualquer caminho e levar os passageiros aonde for preciso. “Os nossos clientes dizem que o nosso serviço é mais agradável e completo, quando comparado com os táxis, que já estão velhos, são desconfortáveis e muitas vezes cheiram a gasóleo”, compara Emerson Cardoso, que admite, entretanto, que estão a trabalhar na clandestinidade, sem a devida placa de identificação.

Associação dos Taxistas de S. Vicente

Concorrência ilegal

A Associação dos Taxistas de S. Vicente, que incorpora pouco mais de 200 automóveis, confirma que já bateu em todas as portas possíveis para denunciar a concorrência dos condutores dos transportes turísticos que andam a trabalhar sem a devida licença. Segundo o vice-presidente Telmo Silva, a organização não é contra o transporte de turismo, desde que o serviço seja feito dentro da legalidade. “Acontece que começaram a trabalhar assim que receberam as viaturas, sem preencher os requisitos legais exigidos. Andam a exercer como se fossem táxis, estacionando à porta dos supermercados e das discotecas, abordando passageiros na via pública e até chegam ao ponto de parar nas praças de táxi”, descreve Telmo Silva. Esta fonte assegura que a associação comunicou o caso à DGTR, à CMSV e à própria Polícia Nacional e, para ele, até que a PN anda a ser muito branda. “Para mim deviam ser multados a toda a hora.”

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Os condutores de transporte rodoviário turístico, segundo Telmo Silva, querem agir como se fossem táxis, quando a sua actividade é limitada a esse sector, mas se estiverem devidamente autorizados. Estes chegam ao ponto, diz, de fazer concorrência aos juvitas, viaturas de caixa aberta para transporte de mercadorias.

Para poderem enganar os incautos, prossegue um taxista, os proprietários dos carros de transporte turístico têm o cuidado de mandar pintar as viaturas com a cor branca, quando estas chegam da fábrica com uma pintura capaz de durar 10 anos. Como diz, preferem pagar mais 60 ou 80 contos para que os seus carros fiquem o mais parecido com os táxis e assim poderem exercer com mais facilidade. No entanto, adverte, o problema com o pessoal dos transportes turísticos tem um único nome: ilegalidade.

Este jornal contactou a delegação da GDTR em S. Vicente para esclarecer esse caso, mas o serviço ficou de aguardar autorização superior para poder fazer os devidos pronunciamentos.

KzB

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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7 Comentários

  1. Bem, já ouvimos as duas partes mas, a DGTR tem de se pronunciar e com clareza.
    Mas….TÊM DE ESPERAR UMA AUTORIZAÇÃO DA PRAIA. Isto diz tudo deste país.

  2. Este jornal esta defendendo a associação de taxis, pq esta noticia não tinha haver com eles.
    Quem devia testemunhar era a aviação e não eles, mas sabemos o pq disso tudo, mto pena. Obrigado

  3. A DGTR alem de irresponsável e dês-cerebrada , esta e’ decisão que deve ficar decidida por Lei em AN parlamentar ou mediante decisão dos Tribunais de Justiça . Ate’ pq os serviços podem-se definir pela ferramenta utilizada (pikc up ), a natureza do uso (excursão , recolhidas programadas ONDE NÃO ESTA O TAXÍMETRO A FUNCIONAR ) a localidade ( fora da cidade ) e serviços contratados com mais de 24 hrs de anelação para fora da cidade e 1hr para dentro (recolha de passageiros no aeroporto ,excursão ,etc) …. e Multas pesadas (provas fotográfica ,câmaras de vigilância ,etc), para quem faz o serviço dos taxistas que e’ recolhidas sobre a hora ,extendendo o braço ,recolhidas no aeroportos de turistas que fazem uso deste serviço ,etc Ambos tipos de transportes devem estar bem identificados. Por outro lado acho q os taxistas estão mas lesados pelo desconhecimento dos turistas dos destinos a recorrer , pelo que vão pelos pacotes DIRIGIDOS , o Ministério de Turismo e a própria DGTR tem que colaborar na promoção e sinalização dos destinos dando seguridade aos forâneos ,se eu não sei onde ir, nem a distancia do destino ,então vou a pe’ deixando migas no trilho .

  4. a primeira versão desta noticia tinha foto dos lesados pela decisão. Depois a foto deles foi retirado. Isso diz muita coisa.
    Caboverdeanos povinho de covardes mesmo quando o seu sustento está em perigo as pessoas tem medo de dar a cara e lutar pelos seus direitos.

  5. E o anonim, mesmo quando o seu sustento NÂO ESTÀ em perigo, tem medo de dar a cara e escreve no anonimato.
    E esta hein?!

  6. Os taxistas estão um pouco indignados com concorrência ilegal, porque pagam as suas contribuições, porquanto os clãs fazem as suas vidas sem pagar. Isso não é justo. Agora é preciso saber, que garantiu os proprietários das viaturas têm que se comprarem carros novos teriam garantia de licenças para operarem no mercado? Será que tiveram garantias das Instituições com competência na matéria? Nessa terra toda gente presta informações avulsas e com interesses um pouco estranhos, só para dar satisfação de momento!!!

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