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Foguenses preocupados com “grandes rachaduras” no casco do navio Deimos Panama

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Os foguenses estão preocupados com o surgimento de rachaduras no casco do navio Deimos Panama, encalhado desde o dia 12 de novembro do ano passado nas proximidades do porto de Vale dos Cavaleiros. Dizem que, após a descarga da embarcação, a embarcação foi abandonada e temem os riscos que isso possa acarretar em termos ambientais e para a segurança marítima. A Capitania dos Portos de Sotavento admite que já foram informados das rachaduras. Segundo o Capitão Rui Gonçalves, vão fazer uma inspeção para saber se há perigo para o ambiente e para a navegação.  

“A situação do navio abandonado está a gerar indignação nas pessoas, que apelam a intervenção das autoridades. A embarcação encalhou há cerca de quatro meses, depois de supostamente ter feito a descarga de cimento, ferro e combustível na ilha do Fogo. Mas está completamente abandonado e já apresenta indícios de quebra, com todas as consequências que pode acarretar em termos ambientais e para a segurança na navegação marítima”, denunciou uma fonte em mensagem enviada à redação do Mindelinsite.  

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Confrontado, o Capitão dos Portos de Sotavento, Rui Gonçalves, alega que o navio ainda não foi transferido para o Estado. Por isso, enquanto autoridade marítima, a Capitania limita-se a zelar para que não haja poluição marítima ou perigo para a navegação. “O Deimos está sentado numa rocha numa zona com rebentação muito forte. Recebemos fotografias que confirmam rachadura no costado. Vamos agora fazer uma inspeção para verificar se as fissuras no casco constituem risco”, assevera.

Questionado do motivo da demora na transferência da embarcação para o Estado, o Capitão informa que há um prazo, lembrando que este é um processo judicial. “Embora o dono do navio tenha considerado o barco perdido, é preciso cumprir um processo por parte das autoridades cabo-verdianas. Enquanto isso, temos estado a fazer vigilância para ver se este constitui risco para o ambiente e para a navegação para que o Estado possa tomar alguma medida por forma a evitar que isso se concretize”.

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Do lado do IPIAAM, pela voz de António Duarte, este explica que está em curso uma investigação das causas do acidente. “A investigação do acidente ainda está em curso, tendo em conta a necessidade de confirmar alguns elementos do próprio estado de bandeira da embarcação. Também queremos precisar outras informações. Isso leva o seu tempo”, pontuou.

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O Deimos Panama tem 94 metros de comprimento, 15 de largura e 5.5 de calado e com capacidade para mais de três mil toneladas de carga. Chegou na ilha do Fogo no dia 11 de novembro do ano passado e descarregou parte da carga, cimento. Deveria seguir para São Nicolau onde iria deixar parte da carga, mas encalhou ainda próximo do porto de Vale dos Cavaleiros.

Os dez tripulantes foram resgatados, antes do rebocador Praia Maria fazer a primeira tentativa falha de desencalhe. Já na altura, falava-se que o navio tinha sofrido danos que possibilitaram o derrame de combustível. Os foguenses denunciavam o forte cheiro a gasóleo e os vestígios no mar.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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