A Organização das Mulheres de Cabo Verde recebeu no Mindelo um grupo de médicos, da associação Ser Mais Dar Mais ,Terapêutas sem Fronteiras, durante o dia de ontem para falar sobre cuidados de saúde para diferentes faixas etárias e condições físicas. O trabalho deste grupo começou no sábado com diversas atividades programadas também com outros parceiros da ilha.
“Fizemos já várias atividades com parceiros, entre eles, a OMCV, em particular. Hoje de manhã, por exemplo, estive a fazer uma formação sobre os cuidados a ter com bebés, com a mulher grávida e depois de nascer o bebé. Falamos também sobre alguns cuidados e alguns posicionamentos para crianças que possuem limitações neurológicas, para tentar dar algum apoio às mulheres daqui desta região”, garantiu o médico português Diogo Calçada.
O trabalho com a OMCV começou no sábado e os médicos estarão em Cabo Verde até sexta-feira e, no âmbito desta missão de especialistas da medicina e não só, o objetivo é capacitar as profissionais da saúde, utentes e famílias.
“Sou medico, temos uma fisioterapeuta, uma fonoaudióloga, uma gestora de recursos humanos e uma psicomotricista. O nosso foco maior é na área dos terapeutas da área da saúde, mas também albergamos pessoas que não estejam dentro desta área porque acreditamos que o objetivo é capacitar, dar ferramentas a quem está aqui e às vezes quem está fora da área da saúde também pode trazer ferramentas interessantes”, sublinhou o médico.
Nesta que é a primeira missão deste profissional da saúde, especializado em medicina legal a Cabo Verde, terá as ilhas de Santo Antão e São Vicente como ponto de focagem e tem vindo a usar da sua experiência para guiar o seu trabalho junto ao público.
“No meu trabalho faço observação de mulheres que tenham sido vítimas de violência baseada no género, por isso também dei no sábado uma formação aqui na OMCV neste âmbito e teve uma boa participação. É sempre nesta ótica de tentar ajudar a trazer algo diferente”, garantiu, frisando as boas expetativas neste trabalho que é voluntário.
A psicomotricista Rafaela Pereira, vogal da direção da Ser mais Dar Mais, Terapeutas sem fronteiras, diz que o grupo foi selecionado com antecipação, antes da vinda a Cabo Verde. “Este ano temos um médico, uma psicomotricista, uma fisioterapeuta, uma terapeuta ocupacional e em Santo Antão, porque estamos em dois grupos separados, temos um musicoterapeuta, uma professora de educação especial mais uma terapeuta ocupacional e um psicomotricista”, garantiu esta coordenadora. Acrescenta que a missão, que costuma ser entre uma semana e uma semana e meia, já se encontra no final.
O programa é estabelecido entre Portugal e Cabo Verde para que o grupo esteja em conformidade com os parceiros onde irão atuar. “Trazemos um programa que já vem definido de Portugal e de um trabalho prévio que é feito com os parceiros e aqui é colocar na prática aquilo que já fomos trabalhando previamente, aquilo que fomos articulando”, esclarece esta profissional, que garante que em Portugal o trabalho continua, tendo em conta as necessidades constatadas no arquipélago.