Está a circular vídeos publicados essencialmente por turistas que mostram o encalhe de dezenas de baleias-piloto ontem numa praia da ilha da Boa Vista. Nas imagens vê-se o esforço de várias pessoas para tentar salvar os animais, enquanto outros já estão mortos.
O acontecimento chegou ao conhecimento do ministro do Mar, que partilhou as imagens na sua página no Facebook. “É com muita tristeza que tomei conhecimento do encalhe/arrojamento de golfinhos (baleias piloto) de 100 indivíduos na baía de Sal-rei na Boa Vista. Mais!”, exclama Abraão Vicente, salientando que esse tipo de ocorrência acontece em várias partes do mundo. As causas, diz, são diversas, mas acredita que uma delas seja a ação do ser humano sobre o planeta e o oceano, em particular.
Para A. Vicente, trata-se de um desastre lamentável, que demonstra mais uma vez a importância da preservação do mar e a garantia a nível internacional de condições para mais investigação científica e o estabelecimento de novas reservas naturais.
“Estes seres magníficos têm tanto direito ao usufruto da natureza limpa e longe da poluição humana como nós os humanos”, considera o ministro, salientando que os golfinhos têm um papel a desempenhar no equilíbrio do ecossistema planetário. Aproveitou o post para desejar toda a força e empenho às autoridades e instituições envolvidas nos trabalhos de salvamento e remoção das carcaças dos animais falecidos.
Outras informações divulgadas pela organização Bios.CV revela que o encalhe em massa ocorreu na manhã de domingo, abrangendo 50 a60 animais, perto do Riu Palace. Às 10h, a situação parecia sob controle, com as baleias formando um grupo compacto na água, mas, à medida que a maré descia, os golfinhos começaram a se dividir em grupos pequenos e a maioria deles foi levada para a costa.
Segundo a Bios.CV, apesar do enorme esforço de muitas pessoas – incluindo pescadores, pessoal dos desportos náuticos, clientes dos hoteis próximos, ONGs locais e público em geral – muitos sucumbiram após quase 4 horas de luta para tentar levá-los para o mar largo. “O tamanho destes animais (fêmeas até 5 metros e machos até 7 m de comprimento (pesando entre 1.000 e 3.000 kg), a maré baixa e a costa rochosa tornaram as tentativas de resgate praticamente infrutíferas”, salienta a organização, especificandi que às 14h30 mais de 20 carcaças foram encontradas na costa do local original do arrojamento.