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Cabo-verdianos avaliam negativamente o desempenho do Governo no setor da Saúde

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Quase metade dos cabo-verdianos  – 47 por cento – afirma estar preocupada com a impossibilidade de obter ou pagar cuidados médicos e diz que o governo está a fazer um mau trabalho na melhoria dos serviços básicos de saúde, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer. As reclamações são particularmente comuns entre moradores urbanos (50%) e mulheres (49%).

De acordo com a Afrobarometer, a maioria dos cabo-verdianos está preocupada com a impossibilidade de obter ou pagar cuidados médicos e que o governo está a fazer um mau trabalho na melhoria dos serviços básicos de saúde. Após anos de serviços gratuitos, afirmam, introduziu-se uma taxa de cobrança em vários serviços médicos nas estruturas públicas de saúde, ao mesmo tempo que aumentou o tempo de espera para se conseguir uma consulta em especialidades.

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“Muitos cidadãos – os mais vulneráveis – ainda enfrentam desafios para obter atendimento. Segundo o Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, uma das principais limitações prende-se com a insuficiência de recursos humanos, incluindo especialistas”, refere a fonte, que destaca como principais conclusões que quase metade (47%) dos cabo-verdianos que procuraram assistência médica numa clínica ou num hospital em 2024 reclamam dificuldade em obter a assistência médica de que necessitavam.

Diz ainda que 4 em cada 10 cabo-verdianos (37%) afirmam estar desprovidos de cobertura de assistência médica que os ajude a pagar as suas despesas médicas caso fiquem doentes. “Esta dificuldade é comum entre os homens (43% contra 33% entre as mulheres), jovens (48% com a idade compreendida entre os 18 a 25 anos, vs 29% com 56 anos e mais), com baixos níveis de escolaridade (33% entre os indivíduos sem escolaridade, vs 25% entre os detentores do ensino pós-secundário) e sem pobreza vivida (32%, vs 39% entre aqueles com baixa e moderada pobreza vivida)”, pontua. 

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A incapacidade em pagar um seguro de saúde é apontada com a principal razão para não ter uma cobertura de assistência médica, lê-se na nota, que ressalta ainda que  a maioria (80%) dos cabo-verdianos se preocupam “de alguma forma” ou “muito” que eles ou um membro da família não consigam obter ou pagar os cuidados médicos se ficarem doentes, além de 9% que dizem se preocupar “um pouco.” 

Destaca ainda que ogoverno é avaliado negativamente na gestão do setor da saúde, com dois em cada três cabo-verdianos (67%) a considerar que está a manejar “razoavelmente” ou “muito” mal a melhoria dos serviços básicos de saúde. Os mais críticos nas suas avaliações são os residentes das zonas urbanas (70%), com muita pobreza (76%), mais jovens (70%) e mais instruídos (72%).

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Foram entrevistados 1.200 indivíduos, adultos, entre Agosto e Setembro de 2024. A margem de erro é de +/-3 pontos percentuais  e o nível de confiança de 95%.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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