A estrutura da Organização das Mulheres de Cabo Verde em São Vicente faz balanço positivo das atividades realizadas em 2020, ano em que a solidariedade e ajuda dos parceiros permitiu fazer chegar apoios a mais pessoas necessitadas. Nesta caminhada, cuja pandemia fez alterar os planos projetados, a delegada desta organização na ilha do Monte Cara destaca o papel da comunicação social como preponderante para chegar as mensagens necessárias aos diferentes pontos do país e além-fronteiras.
“A comunicação social esteve sempre perto da OMCV e não só. Há que destacar o papel do pessoal da saúde e segurança, mas quem fez chegar as mensagens de prevenção e manteve o público informado do avanço da doença foram os media”, salienta a delegada Fátima Balbina.
De acordo com a mesma, o apoio que a OMCV prestou no ano findo ultrapassou o de todos os outros, com ajudas vindas de várias partes do mundo, de pessoas que se solidarizaram com a causa dos mais necessitados. Por outro lado, devido ao estado de emergência e as medidas que foram adotadas, que fez com que muitos ficassem sem trabalho, os pedidos de ajuda surgiram de todos os lados, inclusive das ilhas vizinhas.
“Tínhamos um plano inicial, mas tivemos que implementar um programa de emergência e reinventar para podermos chegar a tanta gente. Além de São Vicente, abrangemos Santo Antão, São Nicolau e Boa Vista com bens alimentícios e máscaras” expõe. Esta destaca ainda a estratégia solidária de troca implementada, em que se ofereciam, a quem poderia pagar, máscaras em troca de um quilo de alimento.
A OMCV conta ter entregue mais de 740 cabazes alimentares e um número que ultrapassou as 600 cestas básicas distribuídas pelo Banco Alimentar, estrutura que a organização gere. Quase 250 pessoas receberam ainda apoio monetário, junto com os cabazes. Além disso, foram produzidas quase 20 mil máscaras comunitárias na sede na pracinha Dr. Regala e mais de 40 empreendedores conseguiram iniciar ou recomeçar seus negócios a partir de um crédito social recebido na OMCV. Outros apoios foram direcionados às escolas onde bibliotecas foram melhor apetrechadas e cujos alunos de famílias economicamente desfavorecidas puderam receber kits escolares e batas.
Esta fonte assegura que se pode tirar muitos ensinamentos do ano que terminou. Sublinha a necessidade de as pessoas apostarem em poupanças, a pensar no dia de amanhã, “visto a fragilidade da cobertura do INPS”, e salienta que as empregadas domésticas e vendedores ambulantes foram os mais castigados nessa fase.
Em 2020, a delegada da OMCV garante que a estrutura foi posta à prova, tendo os colaboradores trabalhado “de segunda a segunda” para dar seguimento aos trabalhos. Realça as formações que puderam ser retomadas, sem riscos de contágios ao aumentarem a segurança, com o uso de máscara e álcool-gel, além da diminuição do número de inscritos.
Para este ano os desafios continuam e por isso pede aos parceiros para “não baixarem os braços” e às instituições solidárias que procurem estar mais perto das comunidades, como forma de saberem as fragilidades e ajudar “quem realmente necessita”. “Pois, a vergonha faz com que muitos passem fome, sem recorrer a ninguém”, enfatiza.