Alunos da escola Segunda Companhia sentiram irritação no corpo e no rosto no decurso das aulas desta segunda-feira, provocada muito provavelmente por substância usada pela Delegacia de Saúde na pulverização do estabelecimento de ensino básico, no âmbito do programa de combate aos mosquitos. Conforme a directora, uma equipa da DS detectou focos de mosquitos no espaço e decidiu, deste modo, fazer a pulverização na sexta-feira à tarde para que as aulas pudessem decorrer sem sobressaltos na segunda-feira.
Apesar das horas decorridas, várias crianças e a própria directora da escola sentiram coceira na pele, olhos e nariz nos períodos da manhã e à tarde desta segunda-feira. “Perante esse cenário tive que enviar os alunos para casa e pedir aos funcionários para fazerem uma limpeza profunda e deixassem as salas abertas para facilitar o arejamento”, informa Lúcia Almeida, directora desse polo sito na zona de Chã de Cricket, em S. Vicente.
A seu ver, essa situação ocorreu porque as salas ficaram fechadas no sábado e domingo. Sem arejamento, o produto usado na pulverização ficou concentrado no interior. Estas só vieram a ser abertas na segunda pelas 7 horas, o que acabou por afectar algumas crianças, que foram inclusivamente levadas para o hospital Baptista de Sousa. Já os estudantes de uma sala que teve arejamento não registaram nenhum sintoma.
Esta manhã, uma equipa da Delegacia de Saúde esteve na escola a avaliar a situação, que, segundo a médica Miriam Delgado, já está normal. Explica que essa intervenção está enquadrada na campanha anual de combate a doenças provocadas por mosquitos, que abrange as escolas. “Neste sentido, estivemos na escola e detectamos alguns focos de reprodução de mosquitos, pelo que decidimos fazer a pulverização. Ficou acordado que teria lugar na sexta à tarde para que houvesse tempo suficiente para o arejamento das salas até segunda-feira. Foi dada orientação para fazerem uma boa limpeza dos espaços e que ficassem arejados por, pelo menos, duas horas”, revela Miriam Delgado. Por aquilo que constatou, a escola terá tido dificuldade em cumprir essas recomendações.
A médica assegura que a substância usada na pulverização é recomendada pela OMS e tem sido usada em todas as ilhas. A mesma pode, no entanto, provocar irritação se entrar em contacto com a pele e os olhos, o que terá acontecido na escola da Segunda Companhia.
Esta é a primeira vez que Miriam Delgado tem conhecimento da ocorrência de um incidente desta natureza numa escola em S. Vicente. Já quanto aos focos de mosquitos, adianta que foram eliminados do referido estabelecimento.
A Delegacia de Saúde vai continuar a luta contra a proliferação dos mosquitos em S. Vicente. A médica lembra que a época das chuvas está à porta, pelo que pede a colaboração das pessoas nesta campanha.