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Primeira reunião da CMSV termina com incidente entre Monteiro e Neves: “Pura ditadura”, acusa presidente da UCID

A primeira sessão da Câmara Municipal de S. Vicente terminou com mais um incidente entre Augusto Neves e António Monteiro que, no final, impossibilitou um consenso entre as partes sobre os pelouros que deveriam caber aos vereadores eleitos pela UCID. O encontro teve como ponto principal a atribuição dos pelouros, mas Neves e Monteiro nao acertaram os ponteiros, como já era esperado.

Em conferência de imprensa dada à porta da CMSV, o líder dos democratas cristãos apelidou Augusto Neves mais uma vez de ditador. Aliás, desta vez, António Monteiro afirmou que se está perante uma ditadura no município de S. Vicente que faz inveja até a Mussolini e Estaline. “E tive a ocasião de dizer isso ao presidente”, frisa Monteiro.

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Segundo este político, o desacerto com o edil Augusto Neves começou logo no início da reunião, quando a UCID tentou introduzir na ordem do dia um ponto sobre as obras em curso em S. Vicente, para poderem conhecer a realidade actual das actividades desenvolvidas pela CMSV. A ideia foi logo chumbada, segundo Monteiro, sem que Neves tivesse dado hipótese sequer de apresentarem a proposta, com o argumento de que a UCID teve cinco dias para o fazer. Monteiro garante que o seu partido recebeu a convocatória da reunião na segunda-feira, pelo que hoje completaria 72 horas e não cinco dias.

Como reconhece Monteiro, o encontro começou mal e ficou pior com a proposta de atribuição dos pelouros. É que, segundo Monteiro, a UCID foi confrontada nesse momento com as ideias de Augusto Neves e com a proposta de que ele, Monteiro, ficaria vereador a tempo inteiro. Para ele era de se esperar que Augusto Neves quisesse coloca-lo a tempo inteiro para afectar a sua actividade como deputado nacional. “Enfim, uma jogada política”, admite.

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Para desagrado da UCID, prossegue Monteiro, o autarca Augusto Neves não deu nenhum pelouro ao vereador Anilton Andrade, o sétimo vereador eleito. Esta situação foi mal digerida pela UCID, que decidiu pedir uma suspensão do encontro por 15 minutos e conciliar a sua posição. Com o retomar da reunião, Monteiro comunicou que estaria disposto a assumir a vereação a tempo inteiro, mas que dividiria as tarefas com o colega Aniton Andrade sem que isso custasse mais um tostão aos cofres da CMSV. Além disso exigiu que fosse dado a UCID os pelouros do Urbanismo e Social. Só que, segundo Monteiro, nenhuma das propostas da UCID mereceu a mínima atenção de Augusto Neves. Em vez disso, acrescenta, o autarca decidiu avançar com a votação da ordem do dia, que contou apenas com os votos do PAICV e do MpD.

Para Monteiro, esse processo foi ilegal e revela a veia ditatorial de Augusto Neves, pelo que a UCID ficou “profundamente” indignada com a forma como decorreu esse encontro. Segundo Monteiro, demonstrou o seu desagrado a Augusto Neves, pediu uma sala para fazer a conferência de imprensa, ao que Neves pediu-lhe para fazer esse pedido por escrito. Apesar de ser vereador, disse Monteiro, acabou por redigir o documento e entregar, mas não recebeu qualquer resposta. Deste modo teve que falar com os jornalistas na rua, à porta do Paços do Concelho.

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Conforme Monteiro, o encontro acabou por ser suspenso e a UCID vai aguardar uma nova convocatória, assim que Augusto Neves tenha um pouco de mais de “tino”.

Conforme documento disponibilizado por Monteiro, foram estas as propostas de atribuicao de pelouros:

Augusto Neves: Finanças, Actividades Económicas, Planeamento Estratégico, Urbanismo, Ordenamento e Gestão do Território, Proteção Civil e Fiscalização e Segurança;

Samara Sousa: Cultura, Turismo, Desporto e Juventude, Espaços Culturais Municipais, Bibliotecas, Arquivos e Museus, Protocolo, Comunicação e Imagem;

Rodrigo Rendall: Ação Social e Desenvolvimento Local, Promoção da Habitabilidade e Equipamentos Sociais, Infância e Proteção de Menores, Modernização Administrativa e TIC, Gestão Patrimonial e Contratação Pública;

José Carlos da Luz: Ambiente, Saneamento e Abastecimento, Solos e Informação Geográfica, Cadastro e Toponimia Municipal, Espaços Verdes e Jardins, Desenvolvimento Rural e Politica Animal, Cemitério e Gestão Cemiterial;

Antonio Monteiro: Transporte e Equipamentos, Gestão e Manutenção da Frota e Oficinas, Energias, Iluminação Pública e Tecnologia, Segurança Rodoviária;

Albertino Graça: Relações Extenas e Cooperação, Promoção, Desenvolvimento Económico e Sustentabilidade, Empreendedorismo, Empregablidade e Apoio ao Investidor;

Celeste da Paz: Educação, Estudos e Projectos, Formação Profissional, Igualdade de Gênero;

Neusa Sança: Actividades do Mar, Mercados Municipais, Feiras e Actividades Lúdicas;

Anilton Andrade (sem exercicio de funções, mas com competências nas seguintes áreas: Saúde, Bem-Estar e Higiene Urbana, Relação com o Municipe e Defesa do Consumidor, Associativismo, Cidadania e Participação.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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