Os pilotos da TACV vão entrar em greve da meia do dia 25 até 29 de abril, anunciou o sindicato da classe. Em nota remetida à nossa redação, o SNPAC (Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil) afirma que a paralalização é uma “medida de último recurso” motivada pelos sucessivos incumprimentos da parte da administração da empresa de transporte aéreo em respeitar os seus direitos laborais. Além disso, diz, tem havido uma indisponibilidade da parte do Conselho de Administração da TACV para dialogar com os pilotos e discutirem “preocupações legítimas” relativas à segurança, condições de trabalho e remuneração adequada, “com foco em acordos vantajosos” para ambas as partes.
Conforme o SNAP, a greve surge após esgotadas todas as vias de diálogo com a transportadora de bandeira. “Esta greve não é apenas uma questão de reivindicar melhores condições para a nossa categoria, mas também estendida a todos os tripulantes, uma questão de garantir a segurança e a qualidade dos serviços aéreos que prestamos aos passageiros”, acrecenta o sindicato em comunicado remetido ao Mindelinsite.
Em declarações à Inforpress, o presidente do SNPAC, Edmilson Aguiar, avançou que a negociação com a empresa está em curso há mais de dois anos, mas sem nenhum avanço. Daí clarificar que a medida foi devidamente ponderada. O sindicalista adiantou ainda que, com a saída de pelo menos 10 pilotos da TACV, corre-se sério risco de estrangulamento da aviação civil em Cabo Verde. “As condições de trabalho da tripulação são precárias, não temos progressão natural na carreira, que está regulamentada, e também temos uma certa reserva em relação ao futuro da empresa com o actual conselho de administração”, disse Aguiar, que assegurou à Inforpress que o pré-aviso de greve foi ontem entregue na Direção da TACV, no Ministério dos Transportes e na Direção-Geral do Trabalho.
Na nota, esta organização anuncia que dará uma conferência de imprensa amanhã na Cidade da Praia para especificar e aprofundar melhor os motivos da tomada dessa decisão.