A Maersk Line afirmou, em resposta a uma solicitação do Mindelinsite, que há alguns “problemas de documentação” com o contentor transportado da França para S. Vicente pelo que ainda não foi possível permitir a sua abertura e entrega das cargas aos clientes. Entretanto, através do seu gabinete de comunicação, adianta que está a trabalhar de perto com o transitário tendo em vista a rápida resolução do impasse e enfatiza que é uma empresa comprometida em fazer negócios com a mais completa integridade e respeito para com os clientes.
Esta foi a curta reação dessa transportadora marítima internacional sobre a polémica em torno de um contentor retido no Porto Grande desde o dia 4 de abril, data em que chegou da França com mercadorias destinadas a 34 clientes residentes na ilha de S. Vicente. Conforme apurou este online junto de dois clientes e de uma advogada, a decisão da Maersk de impedir o desembaraço do contentor está relacionada com supostas dívidas do transitário RDC Shipping para com a transportadora relativas a serviços prestados no Congo. No entanto, para eles, não faz sentido virem ser usados pela companhia como arma de pressão nesse contencioso.
Inconformados, e porque correm o risco de ver as suas mercadorias vendidas em hasta pública, alguns dos donos das cargas entregaram o caso a uma advogada, que encaminhou uma exposição aos escritórios da Maersk em S. Vicente a contestar essa medida. Na missiva, a jurista deixa claro que, se não receber uma resposta da empresa no espaço de oito dias, dará entrada a um processo judicial no Tribunal da Comarca de S. Vicente. Deixa claro que irá responsabilizar a Maersk pela perda ou eventual leilão dos produtos, as despesas processuais e pelo pagamento dos seus honorários.
Este imbróglio foi originado quando um expeditor cabo-verdiano residente na França resolveu contratar um transitário congolês, gestor da empresa RDC Shipping, para enviar o contentor para Cabo Verde. Abordado pelo Mindelinsite, esse empresário confirma ter repassado o serviço para o congolês, que, diz, enviou o container na hora para Cabo Verde. “O problema surgiu devido a dívidas que ele tem com a Maersk no Congo. Acontece que a companhia está a usar esse caso para pressiona-lo a saldar as suas dívidas, que parecem ser avultadas”, informa.
O expeditor tem estado em contacto com o transitário e espera ver a situação resolvida dentro de uma semana.