O ex-Presidente Jair Bolsonaro assegurou à CNN Brasil que pretende antecipar o seu regresso ao Brasil, ele que é acusado pelos seus críticos de ter encorajado os chamados “bolsonaristas” a invadir a sede do poder político e judicial em Brasília. Bolsonaro está, no entanto, internado desde segunda-feira em Orlando, nos Estados Unidos, devido a “obstrução intestinal grave”, que lhe provocam “fortes dores abdominais”.
O ex-candidato da direita brasileira parece estar a cada dia a submergir num buraco político sem fundo. Ausentou-se de propósito de Brasilia para evitar participar no acto simbólico de passagem do poder a Lula da Silva, tem outras investigações nas costas e agora é visto como o principal inspirador dos actos de violência e de vandalismo ocorridos no Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. Um acontecimento que lembra a invasão em 2021 ao Capitólio nos Estados Unidos por apoiantes de Donald Trump e que já levou congressistas do Partido Democrata norte-americano a pedir a sua expulsão dos Estados Unidos.
Opositores defendem que um pedido de desmobilização de Bolsonaro seria suficiente para travar o levantamento popular no Brasil e questionam o tempo que levou para reagir aos acontecimentos. Jair Bolsonaro recorreu ao Twitter várias horas depois do início dos tumultos e numa altura em que muitos dos seus aliados políticos já tinham condenado os acontecimentos. No texto afirma que as manifestações pacíficas fazem parte da democracia, mas que as “depredações e invasões de prédios públicos – como os ocorridos agora, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017” – fogem à regra.