Guerreiro Fontes
Durante décadas, a figura paterna foi moldada por uma ideia restrita, a do provedor, distante e austero, cuja função limitava a garantir a subsistência da família. Contudo, essa concepção tem sido cada vez mais desafiada por uma nova compreensão sobre o papel dos pais no desenvolvimento emocional e afetivo dos filhos, fala-se hoje de uma paternidade mais afetiva, consciente e plena.
Paternidade em plenitude não diz respeito a perfeição, mas sim em ser pleno, ser pai de forma plena e assumir de maneira responsável e afetiva a presença no quotidiano dos filhos, participar da rotina, ouvir com atenção, acolher com empatia, orientar com firmeza e demostrar carinho com naturalidade, além disso, ser pai em plenitude é um convite a transformação pessoal, presença real e ao exercício diário do afeto e da escuta, mais do que gerar uma vida, trata-se de estar disposto a crescer com ela.
No entanto, esse processo ainda precisa ser fortalecido, incentivando a ideia de que a criação dos filhos não é da responsabilidade exclusiva das mães, tendo em conta a importância do valor da presença paterna apesar.
Nesta ótica, é necessário Políticas públicas mais inclusivas, como a ampliação da licença-paternidade e programas de apoio à parentalidade, são fundamentais para que pais possam exercer seu papel com dignidade e sem culpa.
Pais de hoje vivem um momento de redescoberta, mais do que nunca, estão sendo chamados a romper com padrões herdados e a construir novos caminhos, a licença de paternidade, as rodas de conversa sobre criação consciente, os grupos de pais consciente, tudo isso sinaliza uma mudança cultural em curso.
Ser pai não é apenas gerar, é estar presente, cuidar e ser exemplo todos os dias, sendo certo que, a presença de um pai constrói memórias, fortalece laços e muda destinos.
Participar é muito mais do que ajudar ou dar uma força, é assumir o protagonismo que sempre deveria ter sido compartilhado, é trocar fraldas, acompanhar o dever de casa, acolher o choro, incentivar os sonhos, colocar limites com firmeza, dar carinho e dizer eu te amo com palavras e atitude.
Paternidade em plenitude é olhar para dentro, muitas vezes, ao cuidar de um filho, somos convidados a cuidar das nossas próprias feridas da criança que fomos e das ausências que vivemos, além disso, é um processo profundo e por vezes doloroso, mas libertador, ao sermos pais melhores, também nos tornarmos pessoas melhores.
Entretanto, a presença ativa do pai transmite segurança, afeto e confiança, além disso, ajuda as crianças a desenvolver uma autoestima mais saudável, tendo os pais como modelo para construção das relações interpessoais das crianças.
O valor da presença paterna é da extrema importância na nossa sociedade, visto que ajuda no fortalecimento da identidade das crianças e na construção de laços afetivos duradouro.
Todavia, é hora de naturalizar a presença paterna, não como exceção, mas como regra, porque filhos precisam de pais que estejam presente, no conselho no exemplo, pais também precisam saber quanto ganham quando estão presentes é durante o quotidiano aparentemente banal, no banho, na brincadeira, na conversa antes de dormir que se constrói um vinculo poderoso capaz de atravessar o tempo.
Portanto, ao participar ativamente no crescimento dos filhos, contribui-se para uma sociedade mais equilibrada justa e humana, valorizar a paternidade e valorizar o afeto, o cuidado e o compromisso com o bem-estar de toda uma geração.