Por: Mário Sanches
Como não poderia deixar de ser, temos estado a acompanhar com muita atenção a evolução da situação pandémica no nosso país e no mundo e os sinais não são animadores. Os últimos desenvolvimentos em Portugal – aquele que é um dos maiores parceiros económicos de Cabo Verde e uma das nossas principais portas de acesso à Europa e morada de uma das nossas maiores diásporas – faz prever ainda consequências mais graves, sobretudo para os setores do turismo e das viagens. Aproveitamos para solidarizar com o povo português pelo momento difícil por que passa o país, por força desta pandemia da Covid-19.
O cenário global faz prever maiores dificuldades para a economia cabo-verdiana, sem contar com o provável agravar da situação sanitária, isto caso os cabo-verdianos não se conscientizem da grande ameaça que é este vírus para todos nós. Abracemos TODOS esta guerra contra o coronavírus e as suas várias estirpes. Temo-lo dito em várias ocasiões, a situação exige responsabilidade e responsabilização de cada um de nós!
Não haverá economia sem saúde, assim como não haverá saúde sem economia! Posto isso, será justo também sublinhar o que a vitória nesta guerra exigirá. Não sendo uma opção o encerramento total das nossas fronteiras, a recuperação da normalidade sanitária e económica exigirá o reforço das medidas preventivas por parte das autoridades do país e o estrito cumprimento das normas e medidas por parte dos cidadãos, responsabilidade, muita responsabilidade por parte de TODOS.
Mais do que nunca, esta pandemia vem realçar a necessidade de diversificação da nossa economia assim como a diversificação do próprio setor das viagens e turismo, com uma aposta na melhoria dos nossos produtos e imagem, assim como a diversificação da oferta turística, explorando todo o nosso potencial para além do turismo de sol e praia.
A crise pandémica na Europa, e particularmente em Portugal, em se tratando da nossa principal porta de entrada e saída da Europa e não só, deverão merecer uma profunda análise e reflexão por parte das autoridades cabo-verdianas, pois podemos vir a ter necessidade de ampliar o nosso mercado, o que certamente não será fácil numa altura em que os países começam a fechar as suas fronteiras.
Urge criar ou negociar soluções de transporte com outros países da Europa, particularmente aquelas onde residem boa parte da comunidade cabo-verdiana, além de alargar esta mesma solução para os Estados Unidos. É preciso adaptar às novas circunstâncias, ainda que não tenhamos a certeza de nada em relação ao dia seguinte. Ainda assim há que tentar antecipar os problemas e ir para além do óbvio! Essa liderança terá de partir, claro, dos nossos governantes. Uma vez mais recordo que é necessário apostarmos no turismo interno.