Américo Medina
O Dia Internacional da Aviação Civil celebra-se, anualmente, a 7 de Dezembro. O objetivo é salientar a importância da aviação internacional civil no desenvolvimento sustentável, económico e social dos Estados.
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Há dois anos que as instituições do sector em Cabo Verde deixaram de comemorar e assinalar esse dia, como se fazia antes! É que estamos de luto no sector, uma agonia grande, enquanto noutras latitudes outras, com iguais índices de financiamento estatal, prosperam e a retoma é uma realidade:
1. A TACV só anteontem pagou os salários do mês de novembro com recurso a um descoberto que um banco decidiu aceitar;
2. Os bancos já começaram a recusar dar crédito à TACV mesmo com aval do Estado;
3. As receitas que entram no IIB ficam logo cativas ;
4. Assiste-se ao aumento exponencial do passivo e das dívidas de médio, longo prazo como é evidente;
5. As receitas preconizadas com a vinda do Max8 e abertura de novas rotas continuam a não entrar, sendo que a aeronave não está conseguindo gerar o suficiente para pagar o seu próprio leasing;
6. O Max8 continua sub-utlizado, sendo que não opera 1/4 das horas que devia estar a voar para cobrir as suas despesas e gerar lucro;
7. O certificado ETOPS, necessário para serem retomadas as operações para os EUA, ainda está longe de ser conseguido como nos fora prometido tanto mais que a AAC ainda está lidando com os pendentes resultantes (Plano de Ações Corretivas) da auditoria da EASA e compromissos feitos;
8. O CA da TACV ainda sem capacidade para resolver a não-conformidade que é a não -nomeação de um Accountable Manager e nomeação de novos titulares para gerirem a empresa;
9. Os voos domésticos nas ruas da amargura com uma BestFly e o seu parceiro Estado de CV a cada dia que passa se afundando num pantanal de não-conformidades e incapacidade de darem resposta ao planificado e ao que prometeram ao país ;
10. Das seis aeronaves prometidas, temos apenas duas meias aeronaves operando nesta quadra festiva;
11. Um aparelho com promessa de regressar às operações, pregada no solo num Hangar do “Aeroporto Internacional Nelson Mandela”, nunca o irá fazer pois tem sido canibalizada de forma irresponsável e despudorada para suprir as necessidades da outra ATR, pois que a BF vê-se bloqueada pelos fornecedores a quem não paga as encomendas (o legítimo dono desse aparelho parece que já pediu a sua devolução);
12. Um prometido ATR da BF, posicionada em Luanda e prometida para vir reforçar as operações, é na realidade a aeronave mais problemática da operadora, com inúmeros problemas de aeronavegabilidade de difícil solução;
13. Oito pilotos vão deixar a companhia BF, que tem o Estado como acionista, em Janeiro de 2024 e parece que o mesmo se deve passar com a maior parte dos mecânicos que lá trabalham ;
14. O prometido Hub no Sal, que iria movimentar 7 milhões (7.000.000) de passageiros em 2019, um assunto encerrado, já ninguém fala;
15. O Aeroporto Internacional de Porte Médio de Santo Antão (logo maior do que os existentes no país) um nado morto;
16. A prometida iluminação e extensão da pista de São Filipe nunca mais sai do papel;
17. A prometida extensão da pista do Aerporto Internacional da Praia-NM, caiu e já ninguém fala (Associação Pro-Praia, duplamente de luto, comeu a língua);
18. A AAC com um desempenho no mínimo miserável é a cereja no topo desse bolo fúnebre que somos obrigados a degustar por obra e graça do UCS e a sua tribo!
Daí esse silêncio no Dia Internacional da Aviação Civil, ao contrário do que era prática e o é em todo o mundo, já não é assinalada como estávamos acostumados!
O sector está de luto!