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Cinto apertado dá para apertar mais?!

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Por: Américo Medina

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Trouxemos a aeronave “Morabeza” em plena época alta que já fora toda vendida com anterioridade e, a meio da venda do Inverno IATA, tendo inclusive começado a vender Paris, sem termos garantias de que a aeronave será utilizada para esse efeito (consta inclusive que perante a possibilidade de não virmos a utilizar o “Morabeza” já estão em curso demarches para uma wetlease que nos irá custar os olhos da cara, vamos acompanhar)!

Uma vez mais vejo governantes de mãos dadas com os nabos habituais que não pagam nada, os peões de brega e forcados que não pegam nada, soltando bravos, brados e olés emocionados…!

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Do meu lado, congratulo-me com a chegada de uma aeronave pois, como já tinha escrito vez anterior, as aeronaves estão para as companhias aéreas da mesma forma que as pistas estão para os aeroportos: o activo principal, sem o qual não há negócio! Um sistema de pistas robusto, moderno e de qualidade, à semelhança de uma frota moderna, flexível e robusta são vitais e determinantes para o sucesso!

Ora, o problema é que continuarmos a focar na árvore (uma aeronave em concreto) e esquecermo-nos da floresta (perfil da frota e ambiente de negócio/conjuntura), o ecossistema em que essa árvore terá que crescer, consolidar e produzir frutos, ser-nos-á fatal! Já o foi algures e experiências avançadas atestam isso!

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A nossa economia e saúde mental coletiva exigem que tudo corra bem, mas, no nosso íntimo, estamos persuadidos que só um milagre poderá transformar esse descalabro em curso num caso de sucesso!

Novas rotas ( Paris, Lisboa, USA, Brasil, Itália, Guiné Bissau, Dakar, Polônia) já foram prometidas e a disputa do mercado turístico com destino a CV já anunciado (esta, uma fantasia, sem dúvida)!

Promessas e planos sem resolvermos ainda as dívidas das disrupções, dívidas pendentes em várias instituições e empresas, que são inibidoras de certas operações, bem como o acesso a certos mercados; sem capacidade de resolver os diferendos/pendentes com os colaboradores que não seja pela via dos tribunais onde continuamos a perder sempre; sem termos os certificados insupríveis para determinadas operações nem ( re)entrarmos na IATA ; sem nenhuma aliança nem code share nem uma cadeia de vendas (ninguém quer vender TACV) e distribuição alinhada com as ambições e necessidades; sem diminuirmos os custos operacionais elevadíssimos, muito menos implementar um lean management ou verdadeiro yield management tão necessários à eficiência requerida e maximização do revenue almejado/necessário…, Quo Vadis TACV?

Tudo isso a meio das várias derivas estratégicas donde sobressai a decisão última de mudar de novo a base da companhia para a Praia e retomar as operações ponta-a-ponta, à revelia do que está sendo propalado pelos governantes (Hub do Sal) colocando-se à operadora constrangimentos vários que, dentre outros, se destaca o serviço de Catering! Importante também agregar que continuamos a não conseguir em plena época alta encher uma única aeronave, num único destino que operamos (o melhor que tradicionalmente temos) a ponto de sobrarem lugares que estão sendo ocupados por pessoal free, numa média de 12 a 20 passageiros free por voo. Isso em plena época alta…! Repetimos, em plena época alta, um pequeno Boeing 737, de 120 lugares! Quem vende ?!

Trouxemos a aeronave “Morabeza” em plena época alta que já fora toda vendida com anterioridade e, a meio da venda do Inverno IATA, tendo inclusive começado a vender Paris, sem termos garantias de que a aeronave será utilizada para esse efeito (consta inclusive que perante a possibilidade de não virmos a utilizar o “Morabeza” já estão em curso demarches para uma wetlease que nos irá custar os olhos da cara, vamos acompanhar)!

Notem que a aeronave “Morabeza” não veio preparada para operações ETOPS (nomeadamente equipamento para comunicação) pelo que a mesma terá que regressar para receber mais algum e tudo o correlacionado para aquisição dessa certificação que nos permitirá voar para os States, que só será possível em Dezembro/Janeiro 2024!

Pois bem, na ausência de uma ideia clara sobre o perfil definitivo da frota que irá a TACV operar (será mesmo à base de 737 Max?), conjugada com todos os constrangimentos em presença, acho que temos todos motivos para sermos mais comedidos e modestos nestes arrebatamentos que estou vendo por aí…, uma vez mais!

Repetimos uma vez mais: a TACV está operando com margens abaixo dos 2% e com perdas que rondam os 80.$USD por bilhete; que, mesmo operando com a aeronave plena de passageiros pagantes (100% de ocupação) não seriam capazes de gerarem receitas para cobrirem os custos fixos e variáveis no fim do mês!

Essa tripulação que vejo no comando da aeronave está sem licença, constitui uma não-conformidade insuprível pois está desqualificada e só se compreende que ela esteja no comando se se trata de uma operação suicida, tendo as mãos de ferro da implacável Mrs. Joanalevinski Rosamerdovski por detrás…, vão embater a aeronave contra o Kremlin ou contra o Kumsusan do Kim Jong-il, aposto!

Cinto apertado dá para apertar mais?! Se sim: Apertem os Cintos!

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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