Por: Adilson dos Santos da Cruz
Abraão Vicente, anunciado oficialmente como o candidato do MpD para a Câmara da Praia, fez uma publicação no Facebook onde afirma que há um ano estava indisponível para se envolver num projeto autárquico. No entanto, na sua justificativa ele não é esclarecedor quanto a ambição que o levou a mudar de pensamento. Será que um ano atrás, Abraão Vicente enganou os cabo-verdianos ao afirmar que estava indisponível para uma candidatura autárquica, quis confundir a oposição ou simplesmente anda à procura de poder?
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O ministro fala de profissionalismo, quando ele próprio está a deixar os Ministérios da Cultura, das Indústrias Criativas e do Mar, compromisso que ele confessou na tomada de posse exercer com zelo, honra e dedicação, conforme as leis da Constituição. Alguém que abandona o Governo da República, escolhido pelo povo, para abraçar outro projeto político não é digno de falar de profissionalismo. Com esta atitude, Abraão Vicente mostra claramente o seu desrespeito e falta de consideração ao que lhe confiou o mandato como um dos ministros da nossa República – o povo – e afirma que faz isso para congregar ambição e aspiração de uma parte do território nacional, Cidade da Praia. Isto, quando não foi minimamente inteligente para fazer isso nas suas funções no Governo da República.
Mas, esta escolha do seu partido, MpD, pode significar, por outro lado, o esconder da incompetência de Abraão Vicente em resolver os problemas à frente dos destinos da Cultura, das Indústrias Criativas e do Mar. Na minha opinião, vai deixar os seus ministérios sem nenhuma obra criada e sem nenhuma ideia nova como herança e acha que é capaz de governar a principal autarquia do país!?
O MpD, com esta preferência, evidencia o seu desinteresse pelo Ministério do Mar, que, em 5 anos, já teve à sua frente 3 ministros; e os problemas que estão ligados a este sector continuam a persistir, sem soluções. Afinal, Abraão Vicente não era solução para os desafios do Ministério do Mar, nem tão pouco foi para os da Cultura e das Indústrias Criativas.
Um sociólogo de profissão, bom em oratórias vazias, vive hoje de política. Fico a imaginar o Abraão Vicente sem a política, como seria. Sociólogo em Cabo Verde só ganha-pão na política?!