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Sauditas terão oferecido mansões e mesada a filhos do jornalista Khashoggi para “controlar declarações”

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A Arábia Saudita terá oferecido aos quatro filhos de Jamal Khashoggi casas milionárias e pagamentos mensais superiores a 10 mil dólares (cerca de 9 mil euros). A revelação é feita pelo The Washington Post, onde o jornalista escrevia. O jornal, que cita como fontes oficiais sauditas e pessoas próximas à família de Khashoggi, refere que se trata de uma tentativa de silenciar os filhos do jornalista saudita morto e desmembrado no consulado em Istambul, na Turquia, em outubro do ano passado.

De acordo com o que escreve a publicação, os pagamentos aos dois filhos e duas filhas do jornalista “fazem parte de um esforço da Arábia Saudita para chegar a um acordo de longo prazo com os membros da família Khashoggi, visando em parte garantir que eles continuam a demonstrar contenção nas suas declarações públicas”.

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Além das mesadas de mais de 10 mil dólares, os filhos de Khashoggi podem ainda receber dezenas de milhões de dólares como parte das negociações decorrentes do julgamento dos suspeitos do homicídio, refere ainda o The Washington Post. As casas oferecidas valem cerca de quatro milhões de dólares (mais de 3,5 milhões de euros) e estão localizadas na cidade portuária de Jidá, adianta o jornal.

Mansões e pagamentos que são uma forma de reconhecimento da coroa saudita de que “foi cometida uma grande injustiça” e de “compensar um erro”, escreve também o Post. No entanto, um oficial saudita garante que os pagamentos aos filhos do jornalista, muito crítico do governo saudita, faz parte dos “costumes e da cultura” do país em prestar apoio financeiro a vítimas de crimes violentos ou mesmo de desastres naturais. “Não está ligado a mais nada”, afirmou.

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A última vez que Jamal Khashoggi foi visto com vida estava a entrar no consulado do seu país em Istambul onde tinha ido tratar de documentos necessários para o seu casamento. As autoridades turcas acreditam que o conhecido jornalista foi assassinado por uma equipa de agentes da Arábia Saudita ainda no interior do consulado. Dizem ter provas, como áudios, que a BBC descreve como “horríveis”, e que alegadamente mostram como o jornalista foi torturado antes de ser assassinado.

Uma fonte disse ao The New York Times que houve uma operação complexa na qual Khashoggi foi morto duas horas após a sua chegada à embaixada e que o seu corpo foi desmembrado e levado em vários sacos para o exterior. Segundo o jornal turco Sabah, funcionários turcos que trabalhavam na residência do embaixador também foram “precipitadamente” mandados para casa no dia em que Khashoggi desapareceu.

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C/Dn.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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