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Quénia: Igreja obriga seguidores a fazerem jejum para “conhecerem Jesus” e vários já morreram de fome

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Várias pessoas pertencentes a chamada Igreja Internacional das Boas Notícias morreram no Quénia supostamente enquanto estavam a praticar jejum para “conhecerem Jesus”. Os corpos foram encontrados enterrados em valas e os números apontados pela imprensa internacional são díspares, variando entre 21 e 70 mortos. Entretanto, as autoridades quenianas continuam a investigar o caso e desconfiam que essas pessoas terão morrido de fome durante um longo período de jejum.

A Diretoria de Criminalística Investigações (DCI) do Quénia refere que as sepulturas estavam na floresta Shakahola de Malindi, que pertence ao condado costeiro de Kilifi. Entre os mortos foram identificadas algumas crianças, que estariam enterradas ao lado do que parecem ser os seus pais ou parentes, refere a agência EFE.

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O DCI acredita que os mortos eram membros da Igreja Internacional das Boas Notícias, liderada pelo pastor Paul Mackenzie Nthenge, atualmente preso. As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seus seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuar até morrer de fome para ascender ao céu.

Desde que as investigações do DCI começaram, na quinta-feira, as autoridades descobriram 65 possíveis túmulos, o que perspetiva que o número de mortos continue a aumentar à medida que as escavações avançam.

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A polícia queniana invadiu o local onde os seguidores de Nthenge celebravam o jejum no dia 14 de abril e resgatou 15 pessoas. Quatro delas morreram a caminho de um hospital de Malindi. Uma fonte policial afirmou que Nthenge iniciou uma greve de fome e que “está orando e jejuando” enquanto permanece preso. Segundo a imprensa local, seis seguidores de Makenzie Nthenge também foram detidos.

Em março, o polémico pastor foi preso após ser acusado de estar por trás da morte de duas crianças em circunstâncias semelhantes, mas foi libertado sob fiança. Outros 11 membros encontram-se internados em estado grave, três dos quais em situação crítica, depois de serem encontrados a definhar num bosque no início das investigações sobre as valas comuns.

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Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da igreja. Os investigadores chegaram à região após uma denúncia que apontava a existência de uma possível vala comum. Muitos adeptos da seita ainda estão escondidos em uma área de mata para continuarem o jejum. Uma mulher que se recusava a ingerir alimentos e com sinais de fraqueza foi encontrada no domingo (23). Ela foi então levada por autoridades a um hospital. Outros 11 fiéis, sete homens e quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada após também serem encontrados na floresta, conhecida como Shakahola.

C/ Expresso.pt e Globo.com

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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